Móveis de Valor - Edição 227
57 moveisdevalor.com.br pandemia, guerra da Ucrânia e instabilidade econô- mica global. Além disso, os cuidados para conciliar a relação de oferta e demanda, diante de incertezas e o novo padrão de comportamento da sociedade, também passou a ser mais efetivo. Mas o sucesso de um setor depende do outro, uma vez que ambos são essenciais para garantir o de- sempenho econômico do país. Deste modo, ao mes- mo tempo em que elencamos as principais falhas que levaram à crise do varejo no Brasil – e os pontos que garantem um cenário favorável para a indústria – é fundamental apontar também qual o melhor caminho para se solucionar o desafio e manter a performance ativa de cada um. A resposta para isso é uma só: tecnologia. Pode pa- recer redundante, mas está comprovado que contar com apoio de recursos tecnológicos, por meio de ferramentas de gestão, é o principal método que ajuda a garantir a estabilidade e saúde financeira dos negócios. Neste aspecto, precisamos enfatizar que esse é o elemento-chave que deve ser interiori- zado no varejo, a fim de se manter ativo no merca- do. Afinal, de nada adianta ter resultados elevados, sem que haja estrutura definida corretamente, que traga um direcionamento assertivo sobre os passos a serem dados em prol do seu crescimento. E, em se tratando de tecnologia e inovação, o Brasil ocupa a 10ª posição entre as nações, consolidando-se como um país que investe nesse aspecto. No entanto, não existe fórmula mágica que ajude a garantir o sucesso. Para isso, é fundamental que as empresas varejistas e industriais, bus- quem o quanto antes interiorizar e aprimorar os seus processos, com ferramentas que ajudem a adotar as melhores práticas de gestão. Afinal, antes de pensar em crescer, é preciso sobreviver aos tempos difíceis. A crise no varejo afeta a indústria? D eclaração de falência daqui e recuperação judicial dali vêm liderando grande parte das notícias nesse início de 2023. O choque é que esse cenário vem ocasionando um efeito cascata, principalmente no setor de varejo – segmento que registrava fortes índices de crescimento. E, tendo em vista sua participação ativa na economia do país, de 27,4% do PIB nacional, cabe a pergunta: como essa crise afeta a indústria? Causa estranheza ver grandes monopólios torna- rem públicos o seu declínio, uma vez que pareciam estar no seu auge. De acordo com dados da Serasa Experian, só em janeiro de 2023 os pedidos de recu- peração judicial registraram aumento de 37% em relação a igual período no ano passado, e as declara- ções de falências tiveram alta de 56%. A indústria, por sua vez, apresentou um desem- penho favorável em 2022, sendo responsável por 23,9% do PIB, além de responder por 69,3% das exportações do país. E, como resposta a esses resultados, o Brasil avançou no ranking de compe- titividade entre 18 economias. É importante des- tacar que os resultados de ambos os setores foram conquistados a partir da pandemia. No varejo, diversas empresas registraram um boom de cresci- mento, tendo em vista a forte adesão às plataformas digitais, como o e-commerce, que está na lista de preferências dos consumidores até hoje. Mas nem tudo são flores. Passada a maré favorável para os negócios, o que estamos presenciando é a fragilidade gerencial da maior parte das empresas que, no momento de maior crescimento, não se atentaram em obter as estruturas necessárias de controle para garantir e desenvolver estratégias, pensando no futuro. Enquanto isso, vimos o setor da indústria no país, que sempre esteve em um cenário de instabilidade, alinhar ações que permitissem assegurar sua per- formance, mesmo diante das sucessões de crises pós Por Rogério Capucho ARTIGO Rogério Capucho é Co-Ceo da SPS Group, uma das maiores parceiras SAP Business One do Brasil
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