Móveis de Valor - Edição 228

89 moveisdevalor.com.br Para concluir a em- presária fala que ainda existe bastante espaço para crescimento no mercado, principal- mente no dos EUA, mas que as indústrias brasileiras têm de saber competir, não ficar tentando brigar por volume. “Nossas indústrias precisam buscar pela excelência, pela novidade, uso de materiais alternativos de qualidade, acaba- mentos e cores dife- renciados, além de um bom atendimento ao cliente”. Ela ainda lem- bra que: “Nós temos grandes indústrias de fornecedores que, às vezes, só precisam de um empurrãozinho para oferecer mate- riais diferentes e para que os nossos produto- res de móveis os usem, ao invés de ficarem importando materiais que não possuem a mesma qualidade e que não vão agregar valor ao móvel”. que compram coleções para depois vender para o mercado externo e fazemos parcerias com empresas e designers nacionais para criação de mobiliário atual”, conta. Como ela mencionou, a restauração para a venda é um dos pontos altos do negócio e isso fez com que a empresa criasse uma oficina de restauro. “Existem muitas pessoas que herdam móveis modernistas e que, muitas vezes, querem vendê- -los, porém, às vezes, as peças precisam passar pelo processo de restauro e nossa equipe oferece soluções para isso”, acrescenta Isabela. Ela ainda comenta que, mesmo o mercado internacional sendo o grande foco, ela vê que existe um interes- se também no mercado brasileiro, principalmente em relação aos restauros e pesquisas. Porém, Isabela Milagre enxerga um potencial muito grande na venda dos móveis contemporâneos. “Às vezes as nossas indústrias focammuito em quan- tidade, mas dá para pensar em uma fábrica que consiga produzir em escala e ainda assim permitir alguma customização. Isso agrega valor ao móvel e o faz se destacar pelo que é, mostrando personali- dade e criatividade. Independentemente da escala, temos de ser criativos”. Ela conta que no início da Bossa Furniture, ela levava para os EUA móveis contemporâneos mais acessíveis, já que a classe média norte-americana é ummercado muito grande, porém ela sabe que eles exigemmuita qualidade dos produtos. “É impor- tante que as indústrias usemmateriais de qualidade e nós sempre queremos reforçar essa ideia com as fábricas, porque eu sei que nós temos matérias-pri- mas muito boas e interessantes aqui no Brasil, mas precisamos sair do mesmo, inovar um pouco mais nesses aspectos também”, enfatiza a empresária. Inclusive, Isabela conta que a equipe da Bossa Furniture costuma dar sugestões e ideias para os designers e indústrias parceiras de acordo com as pesquisas de mercado que eles fazem, mas não che- gam a interferir em desenhos. “A gente opina sobre a materialidade e fazemos sugestões do que pode ser feito de diferente para que o produto se desta- que no mercado. Mas o designer tem a liberdade dele na parte estética e damos todo o suporte no desenvolvimento do produto em nosso ateliê, venda para o cliente final e pós-venda”. ISABELA MILAGRE É A ARQUITETA E EMPRESÁRIA À FRENTE DA BOSSA FURNITURE A EMPRESA CONTA COMUMA OFICINA EMQUE SÃO FEITAS RESTAURAÇÕES DE MÓVEIS EM SÃO PAULO

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