Móveis de Valor - Edição 229
15 moveisdevalor.com.br o que aconteceu durante a pandemia. “Há uma desestabilização e é preciso um período para que a gente possa se restabelecer. Os nórdicos já entenderam isso e agora vemos que outras populações estão pensando nessas questões na hora de fazer instalações com transições de am- bientes que visam o equilíbrio. Esse é um olhar muito pertinente, pois precisamos lidar melhor com tudo que envolve o meio urbano e encontrar acolhimento em casa”. A especialista cita a neuro arquitetura como forma de olhar tendências e comportamentos humanos. “De um tempo para cá passamos a olhar mais para o envelhecimento da população e para o aumento de diagnósticos de transtornos neurológicos, por isso é importante mobiliar ambientes de uma forma diferente e cuidar com os materiais utilizados, porque eles podem transmitir diferentes sensações”, complementa. Neste contexto, Adriza diz que as madeiras mais leves, sem tanto movimento ou uso de verniz, são a bola da vez nas cozinhas, assim como o uso de uma paleta de cores mais suaves em que os tons de bege claro estão em evidência. “Nas cozinhas populares estamos vendo que o cinza mais claro está em alta. Vemos que o uso de cores menos cansativas, seguindo para um terracota também é tendência nessas cozinhas. No Brasil, ousamos menos nas cores, ainda gostamos muito do branco, apesar de usarmos eventualmente verde e azul, que devem permanecer no radar”, explica. Aliás, o uso do branco pelos brasileiros, segundo a designer, tem uma explica- ção. “O painel com padrão branco é mais barato e os marceneiros costumam usá-lo com frequência na parte interna dos armários, além disso ele transmite uma sensação de limpeza, que é algo cultural. Nessa linha, o bege surge como uma opção, principalmente para fazer a integração de ambientes”, revela. No geral, Adriza Rigoni afirma que o uso de madeiras mais naturais e pedras, que mostram o aproveitamento de recursos naturais, é o que está realmente em evi- dência no mercado mundial de cozinhas, assim como menos uso de químicos e ADRIZA SCHINAIDER RIGONI, DESIGNER E ARQUITETA O VIDRO TAMBÉM FICOU EM EVIDÊNCIA NOS EVENTOS INTERNACIONAIS a integração entre tecnologia e susten- tabilidade. “Existe a preocupação de integrar a natureza aos projetos e fazer uso de equipamentos que consomem menos energia e menos água. Lembre-se de que a tecnologia existe, mas não precisa ser gritante no design, é melhor valorizar visualmente o natural e o funcional”, reco- menda a designer. Adriza lembra que as formas orgânicas e as curvas também aparecem mais nas cozinhas. “Ainda ha- via uma dificuldade de explorar isso nas cozinhas, porém as grandes marcas já es- tão conseguindo usar em tampos e ilhas, para dar um toque mais amigável e gerar uma interação com todos os sentidos”. CORTESIA SALONE DEL MOBILE.MILANO
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