Móveis de Valor - Edição 229
35 moveisdevalor.com.br nova tendência, e por se tratar de uma cor mais cansativa não é a preferência dos donos de casa de menor poder aquisitivo. Também não faltaram informações sobre de- signers usando o rosa em decorações de casa na semana de lançamento do filme, como mostramos em nosso portal, em que a Quorum Home Design lançou uma versão rosa clara de sua poltrona Gel, que já estava no catálogo da marca. Mas, como saber diferenciar oportunidade de opor- tunismo no marketing? Felipe Morais, especialista em branding, autor do livro Brand Canvas (DVS Editora), é quem ajuda a responder essa pergunta. “Mesmo depois de mais de 15 dias do lançamento ainda víamos que a onda rosa continuava, só que com um pouco menos de intensidade do que na semana de lançamento do filme. Acredito que essa onda rosa deve se manter viva ainda até quando o filme for para algum serviço de streaming, por con- ta da divulgação, diferente de algumas outras ondas que são bemmais rápidas”, avalia. Felipe afirma que boa parte das marcas têm profis- sionais mais atentos, que sabem que os “modismos” já não têmmais a mesma duração que tinham nos anos 70 e 80, por isso é legal surfar na onda, mas isso vai ser algo breve. “O problema é quando a marca não tem nenhum tipo de afinidade com o que está na moda e quer entrar nessa onda, aí vira oportunismo. Por exemplo, se a sua empresa nunca fez ou teve nada na cor rosa, não tem nada que possa ter uma ligação com o universo da Barbie ou que, pelo menos, possa se encaixar nisso, não é legal querer surfar nessa onda, não faz sentido”, explica. O profissional dá exemplos práticos. “Uma loja de roupas que já vende peças rosas pode aproveitar para vestir seus manequins ou deixar algumas des- sas peças em evidência, é uma oportunidade. Agora, existem aqueles que deixam a oportunidade passar, e um exemplo de marca que poderia fazer tranqui- lamente uma campanha de marketing surfando na onda da Barbie era a Vanish, cujo slogan é ‘confie no rosa’, mas não fez (não sabemos o motivo)”. Ele cita também o Burger King, que na sua opinião usou do oportunismo, e a Chevrolet, que colocou seu carro elétrico dentro de uma caixa de Barbie porque viu uma oportunidade – mesmo o modelo O ROSA PODE SER INCORPORADO EM DIVERSOS AMBIENTES DA CASA POLTRONA GEL, DA QUORUM HOME DESIGN, NO ESTILO BARBIECORE FELIPE MORAIS, ESPECIALISTA EM BRANDING, AUTOR DO LIVRO BRAND CANVAS (DVS EDITORA) não sendo comercia- lizado no Brasil, ele aparece no filme, uma ligação direta. O especialista em branding conta que a onda da Barbie pegou tanto por abordar algo nostálgico, além, é claro, de se tratar da boneca mais famosa do mundo. “Pode notar que não são as crian- ças que se empolgam tanto com o filme e o uso do rosa, mas sim as mães e mulheres de diversas idades. Tudo que tem um apelo mais nostálgico faz sucesso na publicidade e no marketing”, comenta.
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