Móveis de Valor - Edição 230

70 moveisdevalor.com.br Tecnicamente, a grande maioria das marcas ignora esse público porque existe a ideia de que os principais valores aspiracionais buscados em uma propaganda, como liberdade, ousadia e coragem, são associados à juventude. O que o varejo pode fazer para atender as necessidades e encantar esse consumidor? De acordo com Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, existem algumas especificidades, categorias que podem ser pensadas, algumas questões ergonô- micas, de design. “É um público que tem muita renda, está vivendo cada vez mais e pode ser bem trabalhado”, aponta. O varejo, segundo Eduardo, tem buscado ali- nhar estratégias que não são tão complexas, mas verdadeiramente essenciais, básicas para aten- der esse público. “Uma das recomendações é que toda vez que entrar um consumidor 60+ ou 70+ tenha uma diretriz para abordagem específica, principalmente lojas que operam com o autos- serviço”, sugere o dirigente, acrescentando que lojas de móveis devem ter um treinamento para um serviço de atendimento mais dirigido. O QUE REPRESENTA O CONSUMIDOR 60+ O público 60+ movimenta R$ 2 trilhões/ano, ou seja, 20% do PIB brasileiro. Ele já representa 15% da população e em pouco tempo chegará a 30%. Quase 65% deste público continua sendo o alicerce financeiro de suas famílias. Mais de 60% acessam a rede social todos os dias. Mais de 65% receberam os amigos no último mês. Este é o público que mais compra ou aluga móveis. Todos esses dados estão na pesquisa feita pela Almap. Mas um dos dados mais reveladores sobre o per- fil financeiro do público 60+ vem da FGV Social, comandada pelo professor Marcelo Neri. A equipe de Neri esmiuçou os dados da Pnad 2022 e, a pedido do Brazil Journal, rodou a base de dados para descobrir em que camada social está o público 60+. O resultado é o seguinte: entre os 5% dos brasileiros mais ricos, 22,8% têm idade acima de 60 anos, e entre os 5% mais pobres, o percentual não chega a 7%. EDUARDO TERRA, PRESIDENTE DA SBVC