Móveis de Valor - Edição 233
10 moveisdevalor.com.br Por Ari Bruno Lorandi, CEO do Intelligence Group NO FIM O QUE VALE É O BÁSICO Apesar de toda a tecnologia disponível, o que im- porta é fazer o básico, o que sempre fizemos. E a loja física cumpre uma importante função, uma vez que ajuda a fortalecer o relacionamento com a marca. Por exemplo, no caso de móveis e colchões, ainda é muito comum que o cliente pesquise no varejo físico. Para muitas pessoas, é fundamental ter o contato “real” com o item e receber orientações mais preci- sas sobre as características e diferenciais do produ- to. Nesse caso, a compra nem precisa acontecer no ponto de venda físico, contudo, aquela “conversa” com o vendedor vai influenciar sua decisão. DOW QUER O SEU PRIMEIRO Difícil explicar por que depois de tanto tempo a Dow resolveu agir contra a importação de poliol, produto utilizado para produção de espumas nos setores col- choeiro e de estofados. Primeiro fecha a fábrica de TDI na Bahia e agora quer aplicação de penalidades para quem importa poliol. A norte-americana Dow aprendeu depressa o conceito brasileiro: primeiro o meu, depois, talvez, a gente possa repartir. JOVENS LONGE DO TRABALHO Você já ouviu falar emmovimento VAT – Vida Além do Trabalho? É o que a geração Z está pleiteando, o chamado 4x3. Três dias de folga por semana. No Brasil as indústrias de móveis e colchões já deram o recado, a simples substituição da mão de obra por tecnologia, e parece que isso vai prevalecer até que os mais jovens percebam que não precisam ser workaholics, mas é necessário o engajamento para obter remuneração suficiente para aproveitar a vida como melhor lhes convier. FEIRAS ALÉM DA CONTA Duas observações sobre as feiras realizadas nos primeiros dois meses do ano, a primeira é que o resultado alcançado pelos três eventos, inclusive um de móveis de linha alta, é o prenúncio de um ano positivo. A segunda é a necessidade urgente de um calendário de eventos que evite sobreposi- ção de feiras. Ninguém ganha promovendo feiras em períodos muito próximos um do outro. COMO RECUPERAR PREÇOS? Eu tenho insistido que o consumo aparente de móveis no Brasil está com tendência de redução no volume e, mesmo assim, não apresenta resultados positivos em receita de vendas. Nos últimos cinco anos, o IPCA de móveis registrou defasagem de 68 pontos percentuais do IPCA geral, uma demons- tração clara que a indústria não está sendo devi- damente remunerada. É preciso que as empresas analisem com cuidado as pesquisas do IBGE para não cometerem o erro de aumentar a capacidade instalada que já é muito maior do que a demanda. ICMS? EU TAMBÉM QUERO Para surpresa de ninguém, quase todos os estados correram para aumentar o ICMS este ano, em média de 2% mais. Aplausos apenas para o Rio Grande do Norte que não só não aumentou como reduziu o ICMS em 2%. Um tapa na cara de Pernambuco, o campeão dos aumentos. EXPORTAÇÕES SEGUEM PATINANDO As exportações de móveis seguem o seu curso, inde- pendentemente dos gastos do programa Brazilian Export. A única forma das exportações decolarem definitivamente é desenvolver design Made in Bra- zil e encantar europeus e norte-americanos pelo que temos de melhor em brasilidade. PRODUÇÃO DE MÓVEIS ANDA PRA TRÁS Claro, com o mercado interno ainda em ressaca depois do boom de vendas na pandemia e as expor- tações patinando, o resultado da produção de móveis não poderia ser outro. Quarto ano seguido de queda, e com poucas chances de recuperar tudo nos próximos anos.
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