Móveis de Valor - Edição 233

64 moveisdevalor.com.br GISELE DALLA COSTA, PRESIDENTE DO SINDMÓVEIS-BG Na visão de Euclides Longhi, presidente da Movergs, controle inflacionário, redução das taxas de juros, geração de empregos e elevação da renda são as principais variáveis relacionadas à política econômica que podem impactar o setor moveleiro gaúcho de modo positivo. “Assim, quanto mais fragilizados esses fatores, mais difícil se torna o desempenho no mercado interno”, entende, atestando que móveis são muitas vezes adquiridos de modo parcelado. Luiz Carlos Pimentel, presidente do Sindusmobil, de São Bento do Sul (SC), prevê que a turbulência deve seguir na mesma linha de 2023, inclusive com as quedas já programadas na taxa de juros. Ao ser questionado se há espaço para uma Selic abaixo de 9%, ele é taxativo: “Tudo depende do FED (banco central dos EUA). Como iniciamos o ciclo de alta antes, agora praticamente ficamos dependentes dos movimentos de estabilização ou baixa dos juros lá fora. Acredito ser temerário algum movimento abaixo dos 9% caso o FED não comece a cortar os juros, pois isso pode ocasionar um aumento da inf lação e, por consequência, a manutenção de taxas elevadas por mais tempo”, diz. No entender de Gisele Dalla Costa, presidente do Sindmóveis de Bento Gonçalves, para que a política econômica e as variáveis que impactam o setor moveleiro estejam em equilíbrio, é necessário maior controle fiscal e expansão dos investimentos do governo em ações que propiciem a geração de empregos, renda e, consequentemente, o consumo. “O Brasil precisa e pode crescer economicamente, melhorando infraestrutura, atraindo investimentos estrangeiros e evoluindo o PIB não só do polo moveleiro de Bento Gonçalves, mas de todo o país”, enfatiza. PROJEÇÕES DE CRESCIMENTO Segundo Gisele é possível almejar um crescimento da atividade no polo de Bento Gonçalves. O faturamento nominal pode avançar cerca de 2% “Essa projeção leva em conta o momento do mercado e a visão do economista parceiro que presta assessoria ao Sindmóveis. É importante destacar que aumento no faturamento nem sempre significa maior lucratividade, especialmente considerando a alta carga tributária que o setor precisa assumir”, ressalta. Já Euclides Longhi imagina uma possível evolução nominal entre 1% e 2%. Em 2021, esclarece, o setor moveleiro gaúcho registrou crescimento de 36,5%, motivado pelos gastos elevados com mobiliários, consolidação do home office, programas de distribuição de renda, exportações, entre outros. “Em 2022 a alta foi de 3%, ou seja, a evolução expressiva nas vendas de 2021 não foi perdida, mas mantida nos períodos seguintes, o que demonstra a força do segmento”, relata o empresário. No Espírito Santo, as respostas variam, mas conforme Guidini, há espaço para o otimismo. “Alguns empresários expressam metas específicas, com crescimento de pelo menos 5% ou até 15%, baseado no desenvolvimento de novos produtos e processos”, analisa, EUCLIDES LONGHI, PRESIDENTE DA MOVERGS

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