Móveis de Valor - Edição 233

66 moveisdevalor.com.br LUIZ CARLOS PIMENTEL, PRESI- DENTE DO SINDUSMOBIL-SBS mas destaca que, embora as perspectivas sejam positivas, ainda há um certo ceticismo, denotando a ausência de confiança plena nas políticas do atual governo. “A incerteza e a desconfiança em relação à orientação econômica predominam entre alguns empresários do nosso polo”, sinaliza. Luiz Carlos Pimentel, do Sindusmobil, de Santa Catarina, sente que há espaço para crescer. “A elevação deve girar em torno de 7%”, avalia. Para ele, os primeiros seis meses serão os mais difíceis. “Ainda temos uma taxa de juros elevada”, afirma, lembrando que o primeiro trimestre também é comprometedor financeiramente para as famílias em razão dos compromissos. “Isso acaba afetando o consumo”, apregoa. Taxa de juro A Selic terminou o ano em 11,75% e pode chegar a 9% no final desse ano. Há pressões para que os cortes sejam maiores, sob argumento de que é preciso alavancar o crescimento econômico e o emprego. Inflação De modo geral, está em queda. Um pedaço dela não tem origem no excesso de demanda, mas o Copom vê a existência de uma forte inflação de demanda, que aparece na alta dos serviços. É preciso acompanhar com lupa. Endividamento e inadimplência A taxa anual de endividamento em 2023 ficou em 77,8%, ou 0,1 ponto porcentual menor que 2022. Já a taxa de inadimplência subiu de 28,9% em 2022 para 29,5% em 2023. É quase 1/3 da população. Desemprego A taxa de desemprego caiu para 7,5% da força de trabalho no trimestre encerrado em novembro. A desocupação, contudo, deve crescer com o aumento de pessoas na força de trabalho e pela economia mais fraca nesse ano. O que vai bem O que não vai bem PIB O PIB brasileiro irá desacelerar 1,6% neste ano, conforme analistas. Na primeira projeção para 2025, a expectativa é que o país volte a ganhar força e avance 2,3%. Geopolítica Há a preocupação com a forma como se posicionarão as principais economias caso as guerras na Europa e no Oriente Médio se espalhem, sem contar o aumento das tensões entre a China e Taiwan. Crédito A produção e venda de bens de consumo duráveis segue afetada. Há indícios de um comportamento mais cauteloso por parte do consumidor. Ajuste fiscal Para acelerar o crescimento econômico e obter apoio no Congresso, Lula quer espaço fiscal maior para gastar. Como o crescimento depende da taxa real de juros, é inevitável que, além de elevar a pressão para que o BC dê sua colaboração baixando um pouco mais os juros, force um aumento maior dos gastos.

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