Móveis de Valor - Edição 233

68 moveisdevalor.com.br Cenário nada promissor para as exportações INJEÇÃO DE R$ 40 BILHÕES PARA IMPULSIONAR AS EXPORTAÇÕES NO PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA NÃO ANIMA OS EMPRESÁRIOS EXPORTADORES ESTÃO CÉTICOS DEVIDO A PERDA DE COMPETITIVIDADE DO MÓVEL BRASILEIRO NO MERCADO EXTERNO CAUSADO PELO CUSTO BRASIL O governo federal anunciou um plano para estimular o desenvolvimento industrial, cha- mado de Nova Indústria Brasil. Dos R$ 300 bilhões previstos, R$ 40 bilhões serão destinados para alavancar as exportações. Inclui a criação do BNDES Exim Bank, novas linhas de financiamen- to, redução de spread para o pré-embarque, além de desburocratização, ampliação do acesso a mer- cados, implementação integral do Portal Único de Comércio Exterior (promessa de 2014) até 2025, além de taxas e tarifas portuárias simplificadas: 105 taxas portuárias já foram mapeadas. Para os exportadores, no entanto, a iniciativa não passa de um conjunto de boas intenções, uma ideia. O motivo é simples: está caro exportar, principalmente, para quem trabalha com o móvel tipo commoditie, aquele idealizado e desenvolvi- do pelo comprador, seja importador, distribuidor ou lojista, e produzido no Brasil. Essas commo- dities representam o maior volume das vendas totais para o exterior e, para piorar, já há movi- mentos de importadores propensos a direcionar suas compras para a Ásia. A perda contínua de competitividade é causada pelo chamado Custo Brasil, soma de déficits em infraes- trutura logística, mão de obra desqualificada, preço da matéria-prima que se firmou em patamar ele- vado após a pandemia, insegurança jurídica, entre outros fatores, que impõem altas perdas aos expor- tadores. Não há a mínima chance de repassar 5% de custos porque o mercado externo simplesmente não aceita nada que altere os seus valores de refe- rência. Muitos pensam até em reduzir os valores de referências. Daí a fuga para a Ásia. O cenário fica sombrio ao sentir que, de um modo geral, o mercado mundial não está com- prador. A percepção é que há problemas na MERCADO Por Guilherme Arruda, jornalista convidado

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz