Móveis de Valor - Edição 234

77 moveisdevalor.com.br essa linha do tempo contando como o design brasileiro se tornou tão consagrado internacionalmente precisamos voltar até a década de 1920, quando o português Joaquim Tenreiro se mudou para o Rio de Janeiro. Filho e neto de marceneiros, ele dedicou os primeiros anos de sua vida adulta ao mundo das artes e, mais tarde, passou a se dedicar a criação de peças de mobiliário. Em suas criações, Joaquim misturava a estética modernista europeia com características mais rústicas e esculturais do Brasil. Ele criou obras inovadoras para a época devido a sua estética orgânica. Entre elas, se destacavam aparadores elegantes no estilo europeu e sua cadeira de balanço de 1940 (feita de rotim e jacarandá), que atualmente está exposta na galeria Mercado Moderno, no Rio. Tenreiro criou também várias peças em homenagem ao arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Grande conhecedor de madeiras, o designer foi pioneiro do mobiliário moderno no Brasil nos anos 1950 e criador de peças artesanais a partir dos 1970. Ao valorizar a madeira nativa, criou mobiliários mais rústicos, com toras brutas, e móveis mais clássicos, de linhas puras e elegantes. De aparência leve e luminosa, sua icônica Cadeira de Três Pés tornou-se cobiçada no mercado internacional. Com cinco tipos de tons, seu design alia simplicidade e requinte de forma harmônica. Ao mesmo tempo que o trabalho de Tenrei- ro ganhava visibilidade internacional, outro nome começou a se destacar no mercado nacional: o arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha. Com apenas 29 anos ele fez um dos trabalhos mais importantes da sua vida: o projeto do Ginásio do Clube Atlé- tico Paulistano, nos Jardins, área nobre de São Paulo. Sua estrutura formada por seis pilares de concreto que se afinam ao tocar o solo rendeu o Grande Prêmio Presidência da República na 6.ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1961. JOAQUIM TENREIRO, DESIGNER DE MÓVEIS PAULOMENDES DA ROCHA, ARQUITETO E URBANISTA CADEIRA DE TRÊS PÉS DE JOAQUIM TENREIRO