Móveis de Valor - Edição 235

44 moveisdevalor.com.br MERCADO Importações em alta e exportações estagnadas O resultado das exportações brasileiras de móveis no primeiro trimestre deste ano atingiu US$ 195,9 milhões, o que equivale a um empate técnico em relação aos US$ 195,2 milhões obtidos no mesmo período do ano pas- sado, mas ainda assim um número bem distante dos US$ 229,5 milhões, o pico em uma década para o período, obtido em 2022. Já as importa- ções de janeiro a março deram um salto de 36,2% sobre igual intervalo do ano passado, totalizando US$ 210,2 milhões. O saldo da balança comer- cial foi um déficit de US$ 14,3 milhões, nada assombroso se comparado aos de 2015 (US$ 72,3 milhões) e de 2023 (US$ 40,9 milhões). Em relação as exportações, os cinco tradicio- nais destinos das vendas de móveis reagiram de forma distintas. Os Estados Unidos, respon- sável por 31% de todos os embarques, tiveram uma leve alta de 2,7% sobre igual trimestre de 2023. Já o Chile, com US$ 13,1 milhões e o Reino Unido, com US$ 11,6 milhões, tiveram elevação de 18,9% e 1,3%, respectivamente, enquanto Argentina (segundo maior compra- dor) com US$ 18,4 milhões e Uruguai (terceiro maior destino) com US$ 16,9 milhões, recua- ram 7,9% e 4,9%, nessa ordem. A Argentina, especificamente, vive um momento delicado, com retração de demanda, processo inflacionário persistente, que reduz o consumo, e menos importações, observa Fernando Furci, gerente geral da Câmara de Importadores da Re- pública Argentina, estimando que esse processo deve durar de seis meses a um ano e terá reflexos em todos os tipos de importação – a estimativa é um recuo nas importações totais de 14% neste ano. Pesquisa de Expectativas de Mercado do Banco Central da Argentina projeta encolhimen- to do PIB de 3,5% em 2024. Há previsão de o consumo das famílias ser 30% menor, embalado por queda real do salário, entre 6% e 8%. Por Guilherme Arruda, jornalista convidado PRODUTOS TRAZIDOS DA ÁSIA CRESCERAM46,9%NO PRIMEIRO TRIMESTRE, OQUE ELEVOU A PRESENÇA ASIÁTICA DE 52,5%PARA 56,6%NESSE ANO JÁ AS EXPORTAÇÕES PRATICAMENTE REPETIRAMODESEMPENHO REGISTRADO NO PERÍODO JANEIRO-MARÇODO ANO PASSADO, COMUS$ 195MILHÕES