Móveis de Valor - Edição 235

87 moveisdevalor.com.br as máquinas que fazem as coisas. Quero que o mundo veja o trabalho de design de móveis que estamos fazendo aqui no Brasil, quero que nos valorizem pela nossa potência criati- va”, conclui. (Por Natalia Concentino, jornalista) acontecendo”, afirma o designer, que lembra que tem só 27 anos e já conseguiu uma boa projeção. Vale lembrar que ele começou a desenhar os móveis com a Lima Design somente para os projetos de interiores, mas conseguiu se desta- car e hoje tem esse portfólio diverso. “Hoje sou acompanhado por uma equipe de cinco pessoas, entre designers, arquitetas e ilustradoras, que me auxiliam tanto em interiores como no mobiliário. Mas, quase 100% dos móveis sou eu mesmo que desenho, buscando algo mais artesanal, exclusivo e ancestral nas coleções autorais e misturando conceitos dentro dos segmentos em que as mar- cas parceiras atuam”, pontua o designer. Filipe diz que, assim como gosta de desenhar vári- os tipos de móveis, também gosta de usar diversos materiais. “Eu adoro serralheria, a madeira natu- ral, acho a estofaria um processo complexo e legal, gosto do uso da cerâmica (modelagem do barro), dos vidros e espelhos... enfim, gosto de coisas mais arriscadas para poder ousar”. Sobre sua carreira e seu futuro no design de móveis, Filipe Lima não tem vergonha de es- conder suas pretensões. “As coisas estão acon- tecendo muito rápido, sou um cara obstinado e ansioso. Não gosto de me limitar a tipos de mobiliário, quero que minhas peças sejam vistas como diferentes. Eu desenvolvo produtos para que as pessoas vivam esses móveis e às vezes sin- to que o design anda se distanciando um pouco disso”, reflete. Ele diz que não se inscreve em prêmios, pelo menos por enquanto, e não esconde que está em busca de seu sucesso financeiro. “Eu quero resultado financeiro com o design de mobiliário, quero que as pessoas comprem e gostem das minhas peças. Eu gosto de me propor desafios, estudar sobre o consumo, entender o que as pes- soas querem e me apaixonar e ser apaixonante com minhas criações”, revela. Para encerrar, Filipe ainda diz que gosta de fazer um resgate de técnicas que estão se perdendo e contribuir com a brasilidade e o regionalismo no design. “Eu gosto muito do design e artesana- to caminhando juntos, gosto de entender como funciona a manufatura, valorizar esses artesãos e é preciso que as pessoas entendam que não são só CADEIRA SOL, DA COLEÇÃO VEREDAS, PARA ESTÚDIO VIRA FOTOS: NATHÁLIA REGES MESA DE CENTRO DA COLEÇÃO BEIRA, PARA LAZZA BANCO DE TRÊS LUGARES DA COLEÇÃO SAIBRO, PARA GALPÃO TIRADENTES TODOS OS OBJETOS DA COLEÇÃO FUNDURA (A MAIS NOVA DE FILIPE) REUNIDOS