Móveis de Valor - Edição 236

53 moveisdevalor.com.br fazer um móvel durável e sustentável. Essa mesa conta com um tampo de vidro (material que pode ser reutilizado) para oferecer mais prote- ção e usabilidade, pés em aço carbono (também reutilizável), além do micélio que traz todo o conceito que queríamos mostrar que é o de que há muita vida no sertão, assim como os resíduos que seriam descartados e agora dão vida ao mo- biliário”, descreve Welison. Como o designer disse, ele chegou a trabalhar diretamente na Mush, por cerca de um ano, e conheceu todas as possibilidades de uso desse material alternativo. “Eu tenho noção que dá para criar muita coisa e é sempre válido falar sobre alternativas sustentáveis que surgem e que, efetivamente, estão sendo usadas no merca- do”, acrescenta. Ele lembra que a Mush lançou a mesa Sertão na BoomSPDesign durante a DW!, além de ter sido selecionada como uma das fina- listas do Prêmio Salão Design de Gramado na categoria sustentabilidade. Welison Santos fala que foram feitas 12 mesas Sertão para o cenário do pro- grama Shark Tank Brasil, ou seja, essas peças podem ser produzidas em larga escala. “Nós cria- mos um conjunto de mesas de apoio para complementar o ce- nário, padronizamos algumas para que ficassem iguais e outras nós deixamos diferentes para ficar mais viável de trabalhar”, explica. Ele ainda brinca: “as pessoas podem ficar tranquilas que podem se passar anos que não vai crescer nenhum cogumelo nessas mesas, pois o micélio é aquecido em uma estufa para secar e morrer. Ele só vai ganhar vida novamente se colocado em contato direto com a natureza, num possível descarte dessas mesas”. A próxima parada da Sertão vai ser em Milão, em uma loja brasileira que vai comercializar o produto, lembrando que ela também está dispo- nível para venda no site da Mush. Tecidos alternativos que se assemelham ao couro Ubiratan Sá nos adiantou uma novidade, que faz parte da divisão de tecidos biossintéticos denominada Muush: a cria- ção de um tecido de micélio muito semelhante ao couro. “Até agosto deste ano nós devemos apresentar um ‘couro’ feito com o micélio. Ele ainda está em fase de prototipação, mas já fizemos uma parceria com uma indústria de calçados para que eles desenvolvam produtos com esse tecido, que é mais maleável ainda que o usado na nossa divisão de materiais”, avisa. O executivo ainda afirma que a empresa tem interesse em fazer parcerias também com a indústria moveleira para que o material seja utilizado em estofados. “Por enquanto conse- guimos fazer peças desse tecido de 1m². Nosso modelo de negócios é 80% voltado para aten- der outras indústrias, com a produção seriada, e só 20% dos nossos produtos vão direto para o consumidor final, que costumam ser as peças assinadas pelos designers parceiros, como no caso da urna Navegar”, completa. E, por falar na peça desenvolvida pela Furf, Maurício Noronha comenta que estão espe- rando o desenvolvimento desse tecido seme- lhante ao couro para pensarem em novos projetos. “Inclusive, nós já trabalhamos com um outro tecido parecido com o couro em uma coleção de 2019. Tratava-se de um tecido feito com folhas de orelha-de-elefante, uma planta que foi usada por um curtume parceiro para desenvolver ummaterial alternativo ao couro”, conta o designer. A coleção a que ele se refere é a Outono e o tecido utilizado nos estofados dos bancos foi batizado de beLEAF, desenvolvido pela empre- sa Nova Kaeru, do Rio de Janeiro, conforme noticiamos no portal Móveis de Valor na época do lançamento. Mesa Sertão no cenário do Shark Tank Brasil Coleção Outono, da Furf Design

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