Móveis de Valor - Edição 236

85 moveisdevalor.com.br contra práticas anticompetitivas que ameaçam tanto a indústria quanto o consumidor. Porém, a existência de entidades como o Observatório é um sinal de esperança para a eventual criação de um mercado de colchões mais leal e justo no Brasil. A visão é de um futuro no qual as práticas enganosas sejam eliminadas e o consumidor possa confiar plenamente na qualidade e segurança dos colchões que compra. O trabalho do Observatório do Colchão, apesar de desafiador e até criticado por quem não entende a sua finalidade e não reconhece a sua imparcialidade, é essencial para que um dia possamos de fato competir em um mercado mais ético e responsável. Esse objetivo, longe de ser um mero sonho, é uma meta concreta e atingível, graças ao esforço contínuo e à dedicação das entidades setoriais e de vigilância. Que a perseverança resista sempre! o Observatório do Colchão consegue comprar, testar e orientar as empresas que fabricam colchões não conformes para que regularizem a situação. Além da orientação, o Observatório monitora as marcas não conformes em até nove meses ou até que o colchão denunciado deixe de apresentar não conformidade. Quando isso não ocorre, dentro desse prazo, o Observatório aciona o Inmetro para que adote as medidas cabíveis e necessárias. Por incrível que pareça e por interpretação da lei, as provas são desconsideradas e a ação de fiscalização daquele determinado colchão entra na fila junto a outros produtos e, no caso, o órgão delegado reinicia o processo, vai até a fábrica e/ou à loja onde tem o colchão, verifica in loco se há alguma não conformidade e em alguns casos, envia para teste em laboratório. Para alguns isso é desperdício de tempo e de recursos, além de ser um sinal aos maus fabricantes que a fiscalização nem sempre dá conta. Aliás, esse é um dos principais desafios enfrenta- dos pelos órgãos oficiais de vigilância de mercado: escassez de recursos humanos e operacionais. Essa limitação dificulta a verificação do cumpri- mento dos requisitos mínimos aceitáveis na fabri- cação de colchões, o que é agravado pela ausência de penalidades efetivas para as não conformida- des identificadas. Além disso, mesmo quando os relatórios de en- saio de laboratórios acreditados e os colchões es- tão disponíveis para averiguação, não podem ser utilizados por órgãos delegados pelo simples fato de não terem sido coletados por órgãos oficiais, o que cria lacunas na aplicação das normas. Entidades como a Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) desempenham um papel fundamental neste cenário. Apoiando iniciativas como o Observatório do Colchão, a Abicol mantém seus ideais de promover uma indústria de colchões ética e transparente, independentemente de seus membros serem associados ou não, garantindo imparcialidade nas avaliações e testes realizados. Diante dos fatos, dá para perceber que o desafio é diário e a batalha é árdua Cristian Burigo, Diretor comercial Passalacqua Indústria e Comércio Ltda Coordenador da Comissão de Combate à Fraude - ABICOL

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