Móveis de Valor - Edição 237

42 moveisdevalor.com.br Uma situação muito semelhante se aplica à fração de espuma: a separação das espumas usadas como látex, viscoelástica e PUR é feita apenas visualmente. O principal destino dessas espumas separadas, reciclando-as em espuma recolocada; a espuma usada está sendo higienizada, triturada e recolocada. No entanto, uma grande parte das espumas (aproximadamente 30%) é feita de tal forma que pode ser potencialmente reciclada qui- micamente, se apenas informações básicas sobre a espuma estiverem disponíveis. Embora seja feita apenas uma reciclagem parcial e de baixo valor dos componentes do colchão usado, ainda é melhor do que a incineração ou a deposição em aterro. Omais importante é que pode ser obtido um valor maior caso os componentes fossem identi- ficados e pudessem ser reciclados em conformidade. REGULAMENTO EUROPEU O Regulamento Europeu de Produtos Sustentá- veis (ESPR) e o Passaporte Digital de Produto (DPP) são dois instrumentos que pretendem fornecer informações detalhadas sobre o impacto ambiental, composição e história dos produtos. F altam estatísticas claras sobre o total de col- chões vendidos, e quantos e como são descar- tados na União Europeia. Cálculos indicam a venda de algo como 30 milhões a 35 milhões por ano. O que há de concreto é que os colchões usados são sistematicamente desmantelados com produção de baixo valor na Bélgica, França e Países Baixos. Contudo, há uma significativa ausência de informações no final do ciclo, o que em última análise impossibilita a separação dos componentes a fim de que possam ser reciclados de maneira eficiente. Nos países europeus de modo geral, profis- sionais desmontam o colchão em três f luxos básicos de resíduos: molas metálicas, peças têxteis e espuma. A fração interessante é a do aço. Sem molas, muito provavelmente menos colchões seriam desmontados. A fração têxtil contém uma mistura de fibras como PP, PES, CO, CV e linho, entre outros. A combinação de fibras misturadas com a falta de informação não permite a reciclagem ou upcycling. Assim, o principal destino da fração têxtil após o des- mantelamento é a incineração ou aterro. Vamos falar de descarte sustentável de colchões? Por Guilherme Arruda, jornalista convidado ESPECIAL COLCHÕES

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