Móveis de Valor - Edição 237
56 moveisdevalor.com.br empreendimentos nas regiões onde atua. Dez foram iniciados no primeiro trimestre. “Nos enquadrados no MCMV e em outros programas estaduais e municipais, com foco para as primeiras duas faixas de renda (até R$ 2.460)”, diz Daniela Ferrari, diretora de relações institucional da Tenda. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro estima que o setor movimentará R$ 796 bilhões na economia até 2026, sendo 83% investimentos em habitação e infraestrutura e 17% relacionados a insumos da cadeia produti- va. “Temos capacidade de atender as demandas que o país exige, dando uma resposta rápida, desde que a situação econômica seja regular”, aponta Ely Wertheim, vice-presidente da indús- tria imobiliária da CBIC. Daniela Ferrari, diretora de Relações Institucionais Construtora Tenda Déficit habitacional do Brasil é de 6,2 milhões O déficit habitacional no país é estimado em 6,2 milhões de domicílios, conforme pesquisa da Fundação João Pinheiro (FJP), vinculada ao governo do estado de Minas Gerais. Os dados são de 2022, último ano disponível. Entre 2016 e 2022 o déficit cresceu 8,8% em termos de quantidade. Sudeste (2,4 milhões) e Nordeste (1,7 milhões), tem maior representatividade. Em termos relativos, a situação é grave no Norte (13,2%) e Nordeste (8,9%). O grosso do déficit habitacional se concentra (74,5%) nos domicílios com até dois salários-mínimos de renda. Gabriel Lacerda, da Coordenação de Habitação e Saneamento da Diretoria de Estatística e Informações da FJP comenta que o combate ao déficit habitacional não passa somente pela construção de novas moradias. “Cada um dos componentes (habitação precária, coabitação e ônus excessivo com o aluguel urbano) revelam problemas distintos da negação do direito ao acesso a uma moradia minimamente adequada”, explica. Segundo ele, construir uma nova moradia pode ser a forma de combate, por exemplo, às habitações precárias (problemas de padrão construtivo e domicílios improvisados). “Também pode ser saneado com facilidade de acesso (crédito, juros subsidiados) a moradias já existentes (vagas ou ociosas). O mesmo pode ser pensado para a coabitação. Já o ônus excessivo com o aluguel pode ser enfrentado com políticas de aluguel social, por exemplo”, comenta. Um dado curioso do Censo de 2022 revela que 13 em cada 100 domicílios particulares no Brasil estão vazios, totalizando 11,4 milhões de casas e apartamentos desocupados.
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