Móveis de Valor - Edição 237

59 moveisdevalor.com.br As moradias levam em consideração os hábitos e uso das casas. Uma casa em si não se caracteriza como moradia, ela necessita para tal se identifi- car com o “Modo de Vida” dos usuários. Podemos exemplificar as transformações dos ambientes de cozinha, que antes eram um espaço pequeno e individual, e agora abriu espaço para cozinhas abertas, trazendo interação entre os cômodos de estar e uma vivência mais integrada. E COMO FICARAMOS MOBILIÁRIOS, FRENTE A ESTA EVOLUÇÃO DOS IMÓVEIS MODERNOS ? Em análise aos requisitos internos, constatou-se que dos móveis oferecidos pelo mercado atual, nem todos são adequados às exigências das habi- tações atuais. Muitos não estão em concordância com a casa, comprometendo o desempenho da moradia, criando uma habitação deficiente. O mobiliário residencial entra como agente ativo, e como um dos definidores das relações do morador com a sua casa, ele deve dialogar com os espaços e com a organização familiar. O mobiliário frente aos novos imóveis, deve estar de acordo com o espaço que irá ocupar e também influenciar positi- vamente o comportamento dos moradores, contri- buindo de maneira favorável com as mudanças das moradias e a exiguidade de espaços. Acreditamos que móvel tenha a obrigação de estar lincado a concepção espacial da arquitetura residencial. SERÁ QUE OMOBILIARIO “TIPO” ATENDE TODAS AS DEMANDAS DE MORADIAS ? Com o passar do tempo a produção industrial de móveis foi aniquilando qualquer tentativa de pensar o móvel aos espaços, as linhas de móveis seriadas têm mais preocupações com as questões de tornar o produto mais barato, deixando de lado outros requisitos muito mais importantes. Este é um dos cenários brasileiros ao longo do tempo, a forte preocupação com produtos que precisam ser baratos e competitivos e, por conta disso, muitas vezes o mobiliário é concebido des- vinculado da habitação atual. Além disso, com a demanda por redução de pre- ço, os móveis acabam sendo sacrificados também nos quesitos de acabamento, qualidade estrutural, ergonomia etc. Infelizmente, com a racionalização dos tamanhos dos imóveis, estamos com um “congestionamen- to” interno, as pessoas questionam sobre não teremmais espaço suficiente para desen- volver suas atividades diárias, o que afeta o desempenho e o con- forto de suas moradias. Como o mobiliário é o protagonista dentro das moradias, com as ca- racterísticas das novas habitações, o tamanho ajudou a reforçar este congestionamento. Devemos pensar no móvel seriado como projeto integrado com a casa. Muitos mora- dores, por não encon- trarem no mercado tais soluções, acabam adaptando e customi- zando o móvel às suas necessidades pessoais. O design de móveis para muitos se res- tringe somente aos aspectos estéticos do produto, mas deve- ria envolver diver- sas variáveis como: Gemile Nondillo, produtora e curadora do projeto Habitat

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