Móveis de Valor - Edição 237
66 moveisdevalor.com.br O lucro das fábricas sumiu. Hora de encarar esse tema P ensar que haja harmonia nas negociações entre quem produz e quem vende é mero exercício teórico. Na prática, o que se vê são embates que tendem a se aproximar de um consenso, mas quase sempre pendem para um ou outro lado. Podem ser mais ou menos intensos. No setor moveleiro, essa relação inclui fornecedores de matérias-primas e insumos de um lado e lojistas de outro. Usualmen- te, a pressão recai mais sobre fabricantes de móveis populares e médios ao negociarem com o varejo. Fabricantes de alto padrão costumam passar pra- ticamente impunes porque operam com a faixa de consumidores de elevado poder aquisitivo. O que não acontece nas demais camadas. Independentemente do porte ou tipo de móvel, o que está em jogo é a margem operacional. Ela ref lete a capacidade de controlar custos e maximizar lucros de forma eficiente em relação às receitas. E, convenhamos, tolher lucro não é bom para ninguém. Estudos setoriais indicam que na indústria de móveis a margem oscile entre 5% e 15%. Móveis planejados e sob medi- da tendem a ter margens maiores por causa do valor agregado maior e a personalização. Já quem produz em larga escala e foco no custo- -benefício pode ter margens menores. MARGENS NEGATIVAS José Lopes Aquino, presidente do SIMA, de Arapongas, é enfático: a margem operacional das empresas é um problema extremamente sé- rio. Há fábricas que operam no ponto de equilí- brio e outras com margem negativa. São quase INDÚSTRIA UMA PARTE DO SETOR TEM DIFICULDADES PARA RECOMPOR AS MARGENS OPERACIONAIS, PRESSIONADO PELOS REAJUSTES DE MATÉRIAS-PRIMAS E INSUMOS NOS ÚLTIMOS ANOS A RENTABILIDADE ENCOLHEU A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS PARA INVESTIR EM EFICIÊNCIA E MELHORIA DA COMPETITIVIDADE NO MERCADO A PRESSÃO EXERCIDA PELO VAREJO TEM LEVADO EM CONSIDERAÇÃO A BAIXA DEMANDA DOS CONSUMIDORES POR MÓVEIS E OUTROS BENS DE CONSUMO DURÁVEIS Por Guilherme Arruda, jornalista convidado
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