Móveis de Valor - Edição 237
70 moveisdevalor.com.br contribuir facilitando o diálogo e a coordenação entre os atores do setor”, adianta. O Sindimol, de acordo com Guidini, tem bus- cado diálogo com as indústrias de maior porte, se posicionando contra esses aumentos e pro- curando alternativas junto aos fabricantes de placas. “Esses aumentos podem levar a uma re- tração na produção e no investimento no setor, um fenômeno já observado em anos anteriores. Corre-se o risco de queda nas vendas pelas in- dústrias, ref letindo diretamente nas vendas das fábricas de placas”. O presidente da Movergs, Euclides Longhi, diz que muitas fábricas vêm trabalhando com preço de custo para ajudar a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes. Por isso, enviou correspondência para os fabricantes de matérias-primas, acessórios, complementos e itens que compõem o mobiliário para não reajustarem os preços nos próximos meses para as empresas gaúchas. Também solicitou que o setor moveleiro gaúcho seja incluído no progra- ma do governo estadual de liberar o ICMS das cidades afetadas. “O aumento de chapas junto com as chuvas vão impactar as margens das indústrias do polo”, avalia Gisele Dalla Costa, do Sindmóveis, de Bento Gonçalves. Aponta que insumos pri- mários representam quase 60% do custo de produção, incluindo chapas, ferragens, tin- tas, entre outros. Sobre as negociações com fornecedores, avalia que é hora entendimen- to. “Temos que produzir móveis, mas vamos ter dificuldades, porque quem compra móvel popular tem ren- da comprometida com alimentação, vestuário, trans- porte. Difícil fazer repasse. É uma situação di- ferente”, ref lete. EUCLIDES LONGHI Encaminhei uma correspondência endereçada a todos os fabricantes de chapas de madeira e insumos informando que precisamos de ajuda dos parceiros da cadeia produtiva de madeira e móveis, que sempre estiveram conosco, e solicitamos que não ocorra aumentos das matérias-primas, acessórios, complementos e itens que compõem o mobiliário para as empresas gaúchas nos próximos meses. A única que ficou sensibilizada foi a Berneck. As demais reajustaram as chapas em 5%. Não tem choro. Na minha visão, foi um momento errado. O pessoal do vidro já anunciou aumento de 15%. Fui vendedor de vidro por muitos anos. Sei como funciona. Quando há excesso de vidro, eles quebram o vidro (80% da composição do vidro) para fazer um novo produto e fazem assim para controlar o mercado.
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