Móveis de Valor - Edição 237
76 moveisdevalor.com.br Lojas triplicam pedidos de busca por móveis populares Emmaio, as vendas da indústria gaúcha re- cuaram 15,6%, mas o cenário vai mudar nos próximos meses com a ajuda do setor mo- veleiro. Está em andamento uma corrida na compra de móveis, principalmente, populares para suprir a demanda que vem das regiões fortemente atingidas. “Eles estão comprando bastante. O lojista precisa do produto agora”, relata Euclides Longhi, presidente da Mo- vergs, que acrescenta: “Muitos estão dobrando e até triplicando (pedidos) em relação à média de compras”. O empresário chama a atenção para uma possível escassez de montadores. Mas, infeliz- mente, esse não é o maior problema. Na con- tramão desse movimento de venda de móveis, fiscais do Procon/RS, estão identificando, a partir de denúncia de consumidores, lojas que estão vendendo produtos para pronta-entrega e com prazo determinado, embora muitas pe- ças, como kits cozinha, roupeiros e estofados não estivessem disponíveis para retirada. A fiscalização continua. Em 2023 o PIB gaúcho cresceu 1,7%, so- mando R$ 640 bilhões. Ficou abaixo da taxa nacional, de 2,9%. Por atividade econômica, a indústria teve retração de 4,0%. Vale dizer que o PIB industrial participa com 24,1% na composição do PIB do estado, e o setor moveleiro representa apenas 2,8 % do PIB industrial. As projeções iniciais para o PIB industrial desse ano indicavam aumento de 1,8%, mas diante do que aconteceu no estado há potencial elevado para duvidar de qualquer prognóstico robusto. Giovani Baggio, economista-chefe da Federação das Indús- trias do Rio Grande do Sul é taxativo: a nova projeção para o PIB Industrial será possível após ter em mãos novos números confiáveis sobre a economia gaúcha. “O que se imagina é uma perda do PIB gaúcho da ordem de R$ 40 bilhões”, prevê, estimando que as perdas con- centradas pela tragédia podem representar algo ao redor de 6% do PIB. “É difícil projetar algo para o final do ano porque não se sabe como será o ritmo da retomada das atividades econômicas, a extensão das medidas de apoio do governo federal”, pondera. O governo federal anunciou até R$ 15 bilhões via linhas de crédito do BNDES, além de R$ 60 bilhões referente a suspensão da dívida do estado, Auxílio Reconstrução, destinado para famílias cadastradas no CadÚnico de R$ 5,1 mil e o saque calamidade do FGTS. Para empresas estão a renegociação e suspensão de dívidas do Pronampe, adiamento do recolhi- mento do Simples Nacional, suspensão do recolhimento de FGTS, suspensão da dívida pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacio- nal e a redução a zero do IPI sobre produtos doados ao Rio Grande do Sul. Os reflexos da tragédia aparecerão nas pro- jeções para a inflação do Brasil neste e no próximo ano. Para 2024, subiu de 3,72% para 3,86% e para 2025, de 3,64% para 3,75%. As estimativas estão sujeitas a mudanças. Maio e junho serão afetados devido à permanência das chuvas, prevê Sergio Vale, economista- -chefe da MB Associados. Outro ponto é a taxa Selic, que tende a ficar mais elevada do que se imaginava no segundo semestre. O cenário para PIB – por enquanto – é na casa de 2% nesse ano, abaixo das projeções do começo do ano. Giovani Baggio, economista-chefe da FIERGS Foto: Dudu Leal
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