Móveis de Valor - Edição 238
10 moveisdevalor.com.br Por Ari Bruno Lorandi, CEO da Móveis de Valor TOK&STOK MUDA NOVAMENTE O COMANDO Um ano após o retorno da fundadora Ghislaine Dubrule como CEO, o fundo Carlyle, que controla a empresa, a tirou do cargo. Com uma dívida de R$ 600 milhões, a missão de Ghislaine era restabelecer pilares que haviam feito o sucesso da Tok&Stok, como a pronta entrega, design de produto e experiência de loja. Ela defendia a permanência de lojas deficitárias abertas e criticava a política agressiva de promoções e preço. Caiu, e agora a Tok&Stok está nas mãos do executivo Guilherme Santa Clara, que terá foco em reestruturação de negócios e revisão de custos. Tudo como antes, nada de novo. O INMETRO E SUAS TRAPALHADAS Depois de meses de expectativa, o Inmetro divulgou os resultados da mais ampla fase de fiscalização na indústria de colchões do Brasil. Foram 98 fabricantes e 134 produtos alcançados pelos testes. E para divulgar optou por dar exclusividade à rede Globo, através do Fantástico. Diversas inconsistências nos resultados e até nas informações dadas por “técnico” do Inmetro mais confundiram as pessoas do que esclareceram sobre os resultados dos testes. Lamentável sim, mas nada além da politicagem do Inmetro desde que o atual presidente, Márcio Brito, está à frente da entidade. SETOR MOVELEIRO X IMOBILIÁRIO É o setor imobiliário que estimula inovações em materiais para acabamentos. Apesar de ser a parte final de uma obra, essa fase da construção respon- de por quase metade do orçamento. Isso se justifi- ca por se tratar de produtos que estão alinhados às mais recentes tendências de decoração, conseguem levar mais opções de recursos visuais e durabilida- de para a obra. Uma pergunta: a indústria move- leira está em sintonia com o setor imobiliário em relação às tendências? SINALIZAÇÕES QUE PASSAM EM BRANCO Quando avaliamos o estudo Mapa do Mercado (pesquisa de potencial de consumo do Instituto Im- pulso) ao longo do tempo, o que vemos são sinaliza- ções bem claras: Em 2002, o potencial de compra de móveis em relação ao total de consumo das famílias era de 2,09% e em 2024 é de 1,49%. Uma perda nominal de 35 bilhões de reais no período. Outra sinalização claríssima na análise dos números: Nos últimos cinco anos, a variação nominal do potencial de consumo da categoria entre 2019 e 2024 foi de 53,6%. Mas apenas as classes A e B tiveram cres- cimento acima da média da categoria, com 68% e 72%, respectivamente. Não está na hora de parar para uma reflexão profunda sobre as razões que levam as pessoas a adiarem a compra de móveis, a comprar cada vez por preço menor, parar de ter- ceirizar a culpa e cada um assumir a sua parte no problema, seja fornecedor, fabricante ou lojista? JÁ OUVIU FALAR EM PREÇOS DINÂMICOS? No varejo, o termo "preço dinâmico" refere-se à prática de ajustar os preços dos produtos em tem- po real, ou quase em tempo real, com base em vá- rios fatores como demanda, concorrência, tempo, localização e perfil do cliente. Essa estratégia é amplamente utilizada para maximizar as receitas e a eficiência de vendas. Essa prática é facilitada por tecnologias avançadas, como algoritmos de aprendizado de máquina e big data, que permi- tem aos varejistas analisarem grandes volumes de dados e fazer ajustes de preços de forma rápida e precisa, até mesmo individualmente quando o cliente entra na loja. Acredite! NÃO ESTÁ FÁCIL PRA NINGUÉM Quando a Emma surgiu na Alemanha com uma comunicação muito forte rapidamente virou a queridinha do setor de colchões em caixa. E rodou a Europa inteira abafando até a norte- americana Casper. Chegou ao Brasil com a mesma agressividade, mas passada a febre do marketing, as vendas não ocorreram como a Emma acreditava. E agora irá demitir quase 20% da sua força de trabalho global.
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