Móveis de Valor - Edição 239

52 moveisdevalor.com.br Argentina fechada para balanço A s exportações de móveis do Brasil para a Argentina encolheram quase 18% nos primeiros seis messes desse ano, somando US$ 36,8 milhões, quase US$ 8 milhões inferi- or sobre igual período do ano passado, de US$ 44,7 milhões, recorde em duas décadas para janeiro-junho – a média é de US$ 36 milhões. A última queda expressiva foi em 2014: -27%. Entretanto, a causa principal é a delicada situação econômica. Em junho, o país importou 52% a menos do Brasil no cotejo com mesmo mês de 2023. No caso de móveis brasileiros, a retração foi de 56%. O presidente da Apex, Jorge Viana, chegou a dizer que a Argentina "deveria se cuidar" para não perder o posto de principal parceiro do país na América do Sul. O país ainda é o prin- cipal destino dos móveis brasileiros no bloco sul-americano (26%), à frente do Chile (13%) e Uruguai (11%). A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos- méticos informa que o México assumiu o posto de principal mercado de exportação neste ano. Para onde se olhe os indicadores argentinos são desfavoráveis ao móvel brasileiro. A inf lação tem corroído o poder de compra da população, dificultando acesso a bens; o desemprego em alta, especialmente entre jovens e os menos qualificados, tem reduzido as oportunidades de geração de renda; a taxa de pobreza atingiu níveis recordes – mais de 57% da população vive abaixo da linha da pobreza, conforme dados do Observatório Social da Universidade Católica da Argentina. Os polos de São Paulo e Paraná, que respondem por 70% do total de móveis embarcados para a Argentina, sentem os impactos. Cada um deixou de exportar aproximadamente US$ 4 milhões no semestre, liderados (em volume) por Quatro Barras, PR (-31%), Itaquaquecetuba, SP (-47%) e Caçapava, SP (-77%). De um total de 300 municípios que costumam efetuar negócios com certa regularidade, pouco mais de 80 efetivamente fizeram vendas - em 20 deles, as vendas ficaram abaixo do realizado no semestre do ano passado. Por Guilherme Arruda, jornalista convidado O ENCOLHIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE MÓVEIS NO SEGUNDO TRIMESTRE DESSE ANO PARA O PAÍS VIZINHO TRAZ INCERTEZAS EM RELAÇÃO AO FLUXO DE NEGÓCIOS NOS PRÓXIMOS MESES PAÍS ENFRENTA CAMBIAL, DÍVIDA PÚBLICA E AUMENTO DA POPULAÇÃO NA LINHA DE POBREZA – OS PRIMEIROS SINAIS DE REVERSÃO DESSE QUADRO DEVEM APARECER SOMENTE EM 2025 EXPORTAÇÃO

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