Móveis de Valor - Edição 241

44 moveisdevalor.com.br Por Natalia Concentino, jornalista Recuperação Judicial não é o fim da linha. Saiba como ter sucesso depois do pedido NÃO PERDER O TIMING PARA ENTRAR COMO PEDIDODE RJ FAZ UMA ENORME DIFERENÇA NA RECUPERAÇÃODA EMPRESA, MAS ISSONÃOQUER DIZER QUE EXISTA UMA RECEITA PRONTA SE APROXIMAR DOS SEUS CREDORES EMONTAR UMPLANODE ACORDOONDE CONSTEMAS REAIS NECESSIDADES DA EMPRESA TAMBÉMÉ UMA ATITUDE VALIOSA QUE VAI CONTAR NO FINAL UMPROCESSODE FALÊNCIA CUSTAMAIS DOQUE UMA REESTRUTURAÇÃO, POR ISSO A LEI BRASILEIRA SOFREU ALGUMAS ALTERAÇÕES E A CHANCE DE SUCESSODE RECUPERAÇÃO AUMENTOUMUITO D epois do pedido de recuperação judicial feito pela Americanas, no ano passado, o tema ga- nhou destaque na mídia e muitas pessoas brin- caram com a situação da varejista, usando o termo “foi de Americanas” para dizer que algo acabou, não deu certo, faliu, morreu... Mas, na prática, o pedido de RJ não é um bicho de sete cabeças, sendo feito na hora certa e com um bom planejamento, a em- presa pode obter sucesso e ter uma nova chance no mercado, bem diferente do que acontecia quando estava em vigor a antiga lei de falências. O segredo para se sair bem na recuperação judicial passa pelo timing correto sobre a hora de entrar com o pedido. “Não existe uma resposta mágica para a pergunta sobre qual é o timing, porque cada empresa vive uma situação diferente. Porém, é preciso estar atento, as empresas vão sentindo as dificuldades, o fluxo de caixa vai diminuindo, vendas seguem em baixa, pedidos de empréstimo são feitos, todos são sinais importantes. Na verda- de, a contabilidade serve como base para a tomada de decisão, ao observar os índices econômicos e financeiros”, aconselha Alcides Wilhelm, advogado e contador e um dos sócios fundadores da Wi- lhelm & Niels, especialista em Direito Tributário e Finanças Empresariais. Alcides aponta alguns desses índices que devem ser levados em conta: rentabilidade, grau de endivida- mento e liquidez aplicada nas análises de balanço. “Se tudo isso for feito corretamente dá para enten- der que é o momento certo, mas, geralmente o em- presário perde o timing para entrar com o pedido de RJ e vai buscar isso somente quando a empresa está enfrentando um estágio quase falimentar. Isso faz parte da cultura do empresário brasileiro, que foi formada pela primeira lei de falências nos anos 1940 e que vigorou até 2005, com poucas alterações no decorrer desses anos”, explica. GESTÃO

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