Móveis de Valor - Edição 241

88 moveisdevalor.com.br apareceu de desafio ao longo desse caminho a gente resolveu”. Sobre o público que costuma alcançar com seu tra- balho, Espedito afirma que é bem geral e variado. “Todo mundo que aparece aqui na oficina e que gosta da nossa cultura se interessa pelas peças. Eu sempre quero que meus produtos cheguem a todos os públicos, independentemente de quem seja, eu tenho prazer de fazer minhas peças”, declara. Mestre Espedito revela que algo que o deixa muito feliz é quando ele vê que o povo chega em sua loja querendo ter uma peça feita por ele para compor o ambiente da sua casa. “Tem gente que chega falando que tem muitos móveis, mas que o diferencial vai ser uma obra do Seu Espedito. É muito bom ouvir as pessoas dizendo que as minhas obras deixam a casa delas mais alegres e que carregam um pedaço da história do Brasil”. No auge dos seus 85 anos e ainda com muita disposição, Espedito Seleiro diz que tem muitos planos, mas não gosta de revelá-los antes de eles acontecerem. “Eu só gosto de falar para as pes- soas quando eles acontecem, porque o sonho é invisível, depois que eu faço é que eu conto. E eu tenho muitos planos daqui para frente”, responde. “Eu acho que se eu morrer hoje ou amanhã, minha família continua meu legado, eles co- meçaram comigo, também já estão com idade avançada, mas nunca largaram. É o prazer que eu tenho saber que eles vão continuar, é o que eu quero. Não vou ficar pra semente (sic), en- tão quero que eles continuem”, diverte-se. Ainda sobre seu legado, Espedito diz que o maior prazer é levar a cultura que vivia escon- dida no sertão do nosso Brasil para o resto do mundo. “Isso era o que eu mais queria na vida e estou vendo isso acontecer. Sempre quis levar a nossa cultura lá para as capitais, mostrar aqui- lo que a gente vivia na fazenda, no sítio, nas cidades pequenas... e hoje aonde você chega, até fora do nosso país, tem o trabalho de Espedito Seleiro, e é isso que eu gosto, que eu corri atrás, graças a Deus. Se eu morrer hoje, vou morrer dando risada”, encerra a entrevista rindo. (Por Natalia Concentino, jornalista) sempre agradeço por essa oportunidade”. E ele fala isso porque seu trabalho é reco- nhecido até interna- cionalmente, tendo feito uma parceria em 2015 com os Irmãos Campana na cole- ção Cangaço, que foi levada à Miami, por exemplo. Além de ter peças incluídas no figurino do filme “O Auto da Compadeci- da”, no ano 2000. “Hoje em dia eu já nem sei mais se sou um artesão, um artista, um profissio- nal ou um mestre da cultura, mas quanto mais você cultiva, mais aparecem as oportunidades e nunca falta, é coisa de Deus”, filosofa Espe- dito Seleiro ao falar sobre sua trajetória de sucesso ao longo dos anos. Inclusive, ele acrescenta que “ter desafios é bom para o artista, um artista sem desafios não é legal. Tudo que Coleção Cangaço exposta emMiami, em 2015

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