Móveis de Valor - Edição 243

23 moveisdevalor.com.br 2025. No caso do varejo ampliado, as perspectivas são de 5% para o ano passado (os dados finais não estavam disponíveis no fechamento desta edição) e de 2,3% nesse ano. Não há risco de o varejo topar com uma recessão, mas haverá certamente um arrefecimento gradativo ao longo do ano. O entendimento é que o varejo comece a perder ritmo por causa da tendência de juros mais altos e do câmbio desvalorizado, o que preocupa segmentos atrelados à importação. Ambos fazem subir a inflação que está em alta em um ambiente inflacionário internacional bem mais fraca do que dois anos atrás. Muitos reclamam do Banco Central por fazer subirem os juros, mas esse é o instrumento que a autoridade monetária tem para impedir que os preços saiam do controle. A pesquisa Radar Febraban revela que a maioria dos brasileiros terminou o ano de bom humor e com muitos sentimentos positivos para 2025. Será? O Serasa mostra que 2024 encerrou com 73 milhões de pessoas endividadas – fator que impacta no consumo. Pesquisa do Datafolha revelou que para 61% dos brasileiros a economia está no caminho errado. Apenas 32% veem a trajetória como correta. E tem mais: o ano novo é 2025, mas pode chamar de “2026 menos 1” por conta das incertezas relacionadas a próxima campanha presidencial. OTIMISMO MODERADO NOS POLOS José Lopes Aquino, presidente do SIMA, de Arapongas, concorda que os desafios serão a inflação, o custo financeiro e o câmbio, mas se mostra otimista. “Em 2025 teremos um resultado positivo para o setor moveleiro. O móvel definitivamente está em um patamar melhor em relação a prioridade de compra do consumidor, mas ainda não no lugar que almejamos”, comenta o dirigente, lembrando que as dificuldades continuarão em relação a matérias-primas, mão de obra e, especialmente em relação às margens necessárias ao negócio. “É preciso rentabilizar minimamente o investimento das empresas”, observa. Euclides Longhi, da Movergs, constata: dólar e taxa Selic elevadas preocupam os empresários, Varejistas gaúchos se mostram otimistas, acreditando que os benefícios sociais do governo convergem para o consumo porque impactam toda a cadeia produtiva – desde a compra de matérias-primas até a produção e a venda final, mas ele vai além. “É fundamental que o governo federal equilibre as contas públicas, para que a inflação seja controlada, os juros fiquem mais civilizados, o câmbio equilibrado e o nível de renda cresça. Com um cenário interno mais favorável ao consumo de bens duráveis, é possível que as vendas se mantenham em um patamar próximo ao de 2024. Ainda que haja retração no volume de vendas, os impactos podem ser menores quando a economia está estável”, argumenta. “Toda vez que há uma variação tão elevada do câmbio, isso exerce uma forte influência no nosso setor, como nos casos

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