105 moveisdevalor.com.br outras terão crescimento mais orgânico, balizado pelo comportamento do mercado. Mas não é só o mercado que influencia no resultado. 80% é o que a gente faz em casa, é isso que traz resultado. Mas o mercado ajudando é sempre bom. De modo geral, 2025 deve ser um ano bom, nada que possa flertar com uma crise absurda, talvez alguma sazonalidade mais à frente pode dar uma esfriada nas vendas, o que é normal. Somando tudo, deve ser um ano igual a 2024, talvez mais desafiador, afinal 2024 foi surpreendentemente um ano acima da média. Por isso acho que 2025 será um pouco mais desafiador. Por outro lado, olhando a macroeconomia, se vê que o emprego ainda está aquecido e por mais que o juro seja maior, a renda também tem subido mês a mês. No fim, tem algumas coisas negativas, mas governo à parte, sobra para a gente fazer a nossa parte e cumprir as nossas metas. Não vejo nada que seja desastroso, embora seja possível que tenhamos de lidar com eventuais pressões de reajustes dos fornecedores de insumos e matérias-primas acima do que consideramos normal. Quem manda nisso? O mercado. Se ele estiver estável, a tendência de preços fica estável; se estiver acelerado, a tendência é os fornecedores acharem brecha para aumentar preços – é a lei da oferta e procura no seu alto mais ponto de teste. Afinal tem muitos fatores que influenciam o comportamento do mercado, como o dólar, por exemplo. MV: E a participação em feiras, a Movelsul é a primeira feira das empresas do grupo este ano? MC: Um pouco antes da Movelpar e da Movelsul o Grupo Caneira promoveu um evento especial em Itajaí (SC) para antecipar as coleções a clientes especiais da região. Aliás, a região de Itajaí concentra os maiores volumes de importações de móveis do Brasil, vindos em sua maioria, da China, é um ponto de atenção muito grande, tanto que foi discutido no congresso moveleiro ano passado, em Curitiba (PR), com um leque de opiniões bem variado sobre o assunto. No meu entender, se tem alguma mercadoria que o Brasil apresenta vantagem competitiva para brigar em igualdade de condições com a China, o móvel pode aparecer entre os destaques. Temos disponibilidade de matéria-prima altamente favorável e um produto de baixo valor agregado comparado com os eletrônicos chineses que têm vantagem competitiva muito grande. É, sim, um ponto de atenção, mas por outro lado, a indústria brasileira de móveis é bem competitiva no Brasil”. Voltando às feiras, considero positivo a troca de data da Movelsul para agosto, visando abrir o calendário mais para o final do ano. É bom para apresentar novas coleções porque tem todo o segundo semestre para aproveitar, e o calendário de feira ficou muito concentrado no início do ano. Aliás, todo o calendário precisa ser ajustado, não apenas a Movelsul. Temos um calendário de feiras meio caótico. Tomara que este primeiro passo dado pela Movelsul seja acompanhado por outros eventos importantes. É minha expectativa, embora saiba que tem muita coisa em jogo. Considerando a reposição de estoque do varejo para o fim do ano, penso que agosto é o limite para fazer feira. Quando falamos das grandes redes é mais difícil. É um capítulo à parte, mas não vai dar para agradar todo mundo. E temos também a Expo Móvel no Nordeste em agosto, e lá funciona muito bem. Mas eu acredito que Movelsul tem tudo para ser protagonista das feiras. “De modo geral, 2025 deve ser um ano bom, nada que possa flertar com uma crise absurda, talvez alguma sazonalidade mais à frente pode dar uma esfriada nas vendas” Maic Caneira, diretor do Grupo Caneira
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