116moveisdevalor.com.br BED REPORT do produto no mercado brasileiro, sendo a única produtora nacional em caráter de monopólio. A imposição de tarifas antidumping na magnitude proposta elevaria os custos de produção em mais de 60%, um impacto que inevitavelmente seria repassado ao consumidor final. As tarifas propostas são exorbitantes e, se aprovadas, inviabilizariam a produção nacional de tecidos e malhas, resultando em aumento dramático de custos, inflação nos preços de vestuário e, potencialmente, na perda de milhares de empregos em todo o país. É importante ressaltar que a decisão anterior de suspender medidas antidumping similares, tomada em 2023 e reafirmada em 2024, foi baseada em uma análise abrangente que considerou o bem-estar econômico de toda a cadeia produtiva do setor têxtil. A multinacional estadunidense UNIFI peticionou através da ABRAFAS diversas vezes pela aplicação da medida protecionista, mas o governo entendeu que a imposição de tal medida seria mais maléfica do que benéfica ao setor têxtil e à economia do país, extinguindo a medida em agosto do ano passado. A reabertura deste debate, especialmente por uma empresa estrangeira que representa uma parcela minoritária do mercado, operando em caráter de monopólio, parece desconsiderar o delicado equilíbrio do setor têxtil brasileiro e a importância crucial das importações para o abastecimento adequado do mercado nacional. Nova investigação de dumping ameaça competitividade da indústria têxtil A Associação Brasileira dos Fornecedores de Matérias-Primas Têxteis (ABRATEX) alerta para os riscos iminentes que uma nova investigação antidumping representa para toda a cadeia têxtil nacional. O processo, iniciado a pedido da multinacional americana UNIFI, ameaça impor tarifas de até 64,9% ou US$ 0,79/kg (aproximadamente R$ 5/kg) sobre a importação de fios de poliéster texturizados da China, componentes essenciais para a indústria têxtil brasileira. Especialistas apontam que tal medida é potencialmente devastadora para a cadeia têxtil. A coincidência temporal e a possíveis consequências da imposição de tal medida sobre um setor altamente intensivo em mão-de-obra, levanta questionamentos sobre o real interesse público de sua eventual aplicação. Lucas Ferraz, ex-Secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia e Professor da FGV, oferece uma análise crítica da situação: “Esta investigação antidumping representa um retrocesso significativo para a competitividade da indústria têxtil brasileira,” afirma Ferraz. “Impor tarifas tão elevadas em um insumo crucial vai na contramão de uma política comercial moderna e dinâmica, essencial para a inserção do Brasil nas cadeias de suprimentos internacionais”. Ferraz destaca que a medida, se aprovada, poderia ter consequências de longo alcance: “Estamos diante de um cenário onde uma decisão mal calibrada pode não apenas encarecer produtos essenciais para o consumidor brasileiro, sobretudo de baixa renda, mas também comprometer milhares de empregos ao longo de toda a cadeia têxtil. É um exemplo claro de como o protecionismo em excesso pode, na verdade, ser contraproducente, levando à piora do quadro econômico de um setor tão importante para nossa economia”. É crucial notar que a UNIFI, empresa que solicitou a investigação, representa apenas 15% da oferta
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