Móveis de Valor - Edição 245

71 moveisdevalor.com.br age e interage com o mundo. É sobre criar ambientes que respeitem o ritmo biológico, que considerem o estado emocional, e que dialoguem com o entorno social. Para ele e muitos outros especialistas, esse é o novo tripé da performance sustentável. Diante deste cenário, novas oportunidades permeiam o mercado de trabalho e novas adaptações são exigidas tanto das empresas quanto dos profissionais. O objetivo é que se alcance, através de esforço mútuo, harmonia e estabilidade na convivência e nos valores defendidos de cada lado (empregador/ empregado). Podendo também conviver com profissionais de outras gerações em que se crie um ambiente propício e motivador por parte da empresa para que, por parte dos funcionários, se desenvolva um compartilhamento de técnicas e conhecimentos muitas vezes exclusivos de cada geração. Gerando, ao final, frutos positivos tanto para a empresa, que aumenta seu escopo cultural, quanto para o funcionário, que acrescenta novas habilidades em seu repertório profissional. Paulo Escrivano, cientista do consumo e previsor de tendências André Minucci, mentor de empresários Entre as principais prioridades desses profissionais, 58% querem trabalhar de forma híbrida ou remota e recusariam ofertas de emprego ou promoções que os fizessem trabalhar presencialmente todos os dias. Além disso, 15% destacam a questão dos processos, planejamento e foco estratégico e desejam ter lideranças inspiradoras, tratamento mais humano e reconhecimento. Entre todas essas diferenças, há um denominador comum nas exigências dos profissionais de todas essas gerações: a flexibilidade. QUEM DEVE MUDAR? Para André Minucci, o profissional é quem deve se adaptar à empresa, não o contrário. A empresa precisa ter uma cultura forte, com regras, missão, visão e valores. Além disso, um fator resultante é o quanto a empresa investe numa cultura organizacional forte e no desenvolvimento das pessoas dentro dela. Mas a empresa deve se adaptar à linguagem das novas gerações. “Os líderes das empresas precisam entender essa linguagem e como motivar esses jovens para que eles se interessem ativamente pelo trabalho, pelo crescimento da empresa e pelas oportunidades”, comenta André. O cientista do consumo e previsor de tendências Paulo Escrivano afirma que quando a gente fala em gerações no trabalho, é importante entender que não estamos falando só de datas de nascimento. “Estamos falando de códigos de mundo. Cada geração carrega no corpo e no comportamento as marcas do tempo em que foi formada – e do território onde isso aconteceu”, explica, acrescentando que se tem algo em que ele realmente acredita para o futuro, é que vamos precisar de um novo modelo de leitura de pessoas, trabalho e consumo. “E, nesse ponto, eu proponho olharmos para o modelo biopsicossocial como uma bússola, que integra dimensões biológicas, psicológicas e sociais, nos convidando a olhar para o ser humano como um sistema vivo e interdependente, onde o contexto impacta tanto quanto a genética, e onde saúde, propósito e cultura não podem mais ser analisados isoladamente”, sugere. Escrivano conclui que não é só sobre oferecer um bom salário ou um home office a mais. É sobre entender como aquela pessoa pensa, sente,

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