Móveis de Valor - Edição 246

64 moveisdevalor.com.br do vender, mas deram uma chance. Hoje estão vendendo móveis de altíssimo padrão e qualidade. Antes, faturavam R$ 200 mil por ano, hoje são R$ 2 milhões”, aponta Cleandro. Esse salto tem a ver com a entrada dos três filhos do fundador, Wilmar Bittencourt da Silva, no final dos anos 1990, na gestão da empresa. “Quando o arquiteto entrega o projeto, ele é colocado nas máquinas sem precisar fazer uma série de especificação. Mudou a maneira de gerir a empresa”, atreve-se a dizer Cleandro. REVOLUÇÃO SILENCIOSA E aqui ele faz um alerta sobre a relevância das profissões com o aparecimento da IA. Em especial, arquitetos. “Se ele não se ligar, vai perder clientes. Caso não se conecte corretamente, a IA vai fazer o projeto em 8 ou 10 segundos”, adverte. “No prompt (descrição) do SketchUp já é possível fazer a planta de uma casa com pé direito e tudo. Ele agora terá um assistente: você pede para fazer uma casa: você dá a ideia de planta baixa e ele constrói. É tipo Alexa, do Google. A reação dos arquitetos foi: “Nossa que legal”. Na hora, pensei: se não se ligarem nessa parte operacional a profissão deles acabou”, relata. “Nos próximos 5 anos acredito que as marcenarias serão impactadas pela IA. A possibilidade de orçar projetos rapidamente, diretamente nas mãos de arquitetos e profissionais que utilizam o 3D, aliada à entrega em tempo real das peças, deverá se tornar uma realidade, impulsionando a eficiência e a produtividade do setor”, prevê Cleandro, apostando que em 2025 cerca de 100 mil profissionais terão acesso a essas inovações. “Esse número deverá, no mínimo, dobrar até 2026”, complementa. Provocado a estimar qual será o ritmo de crescimento da IA nas marcenarias, Felipe Maciel, da Promob, afirma: “Não acredito que seja inferior a dois dígitos nos próximos três anos. Vejo isso por nós. Tem muita gente vindo para o jogo, há uma série de possibilidades, incluindo os grandes fabricantes. É a cadeia moveleira como um todo que está se movimentando”, informa e reafirma. “É irreversível”, sentencia. “Hoje o que diferencia Dalila Machado, coordenadora das ações de IA na Unidade de Soluções do Sebrae tradicionais europeus – o que facilitou a aquisição de equipamentos com CNC e secionadoras e, por tabela, a ingressar no mundo da automação e da digitalização com o uso de softwares específicos. Esse é o início das marcenarias high-techs. Vitor Castini, da Castini Planejados, de Bento Gonçalves, há 32 anos no mercado, está dando os primeiros passos no uso da IA. “Estamos no começo, não é um projeto tão simples de implantar, mas vamos dar o start e tenho certeza de que vai funcionar. Já estamos desenvolvendo a nossa engenharia”, diz o empresário. Em fase bem avançada está a Marcenaria Bittencourt, de Xangri-lá, no litoral norte do Rio Grande do Sul. “Eles não queriam comprar e eu tentanTECNOLOGIA

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