79 moveisdevalor.com.br cos significativos que podem impactar diretamente a lucratividade”, destaca a especialista. Débora apresenta dados sobre o faturamento das indústrias. “Como responsável técnica de ESG do Instituto Impulso, gostaria de dizer que, ao compararmos os números de faturamento dos últimos dois anos, vemos que as empresas premiadas pela GPTW como melhores para se trabalhar tiveram um crescimento médio de 9,6% - um número 159% maior que o aumento de 3,7% do PIB entre o primeiro semestre de 2022 e o de 2023”. Segundo estudos da GPTW, um excelente lugar para trabalhar é aquele onde os colaboradores se sentem seguros, confiam na liderança e sentem orgulho do trabalho que realizam. “Negligenciar os riscos sociais internos pode representar uma ameaça silenciosa, corroendo a lucratividade e a sustentabilidade no longo prazo. As condições de trabalho e o bem-estar dos colaboradores são fatores intrinsecamente ligados ao desempenho financeiro, e ignorá-los pode gerar custos significativos”, avisa a especialista. Débora explica que um dos principais riscos sociais internos que afetam a lucratividade das empresas reside no aumento dos custos operacionais, ou seja, aqui estamos falando sobre acidentes de trabalho, por exemplo. “Esses são eventos que extrapolam a esfera da segurança física do colaborador, reverberando diretamente nas finanças da empresa. Os custos com indenizações, afastamentos médicos, seguros e até potenciais litígios podem onerar significativamente o orçamento. Além disso, a interrupção da produção decorrente de um acidente compromete prazos de entrega, afeta a capacidade produtiva e, consequentemente, o faturamento”, justifica. Consequentemente, as doenças ocupacionais também representam um fardo financeiro considerável, de acordo com a especialista. Débora diz que condições de trabalho inadequadas, como a exposição a poeira de madeira sem a devida proteção, posturas ergonômicas incorretas e ruído excessivo, podem levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias, musculoesqueléticas e auditivas. “O tratamento dessas condiDébora Irie, especialista em ESG, partner da GPTW e consultora de ESG do Impulso O bem-estar dos colaboradores é fundamental para que a empresa tenha maior lucratividade ções gera custos com assistência médica, afastamentos prolongados e potenciais indenizações, minando a saúde financeira da empresa e impactando a disponibilidade de mão de obra qualificada”, aponta. Outro ponto a ser observado é o absenteísmo, ou a ausência frequente dos funcionários ao trabalho, uma consequência direta da negligência dos riscos sociais internos. “Funcionários insatisfeitos, estressados ou com problemas de saúde relacionados ao trabalho tendem a faltar mais, seja por motivos reais ou para expressar seu descontentamento. O absenteísmo desorganiza a produção, sobrecarrega os demais colaboradores e compromete o cumprimento de prazos, impactando negativamente a capacidade produtiva”, comenta Débora.
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