Móveis de Valor - Edição 247

102moveisdevalor.com.br “Não havia uma data definida, mas um processo de preparação de muitos anos, que incluía a criação de um código societário bem definido e administradores via holdings patrimoniais”, ressalta. A perda inesperada da mãe de Diego, dna. Marlene, em dezembro de 2018, acelerou a decisão dos fundadores de se ausentar do dia a dia a partir de 2019. Foi sugerido que a segunda geração também se retirasse do dia a dia para gerar novos negócios. A exceção foi Diego, único representante das duas famílias. Os sócios criaram cinco negócios para que os acionistas pudessem explorar outros tipos de segmentos, como varejo online de cosméticos, exportações de móveis para os Estados Unidos, construção de salas e galpões. “Uma coisa comum aqui na região, era o seguinte: Toda vez que havia uma dissolução (de uma empresa) a casa desabava. Negócios fortes desapareciam. Foi assim que começamos a auditar nossos balanços. Isso nos guia para ser um negócio longevo”, conta Diego. PODER CONSCIENTE Há regras no regimento que impõem limites de poder para a diretoria. “Isso vale para mim ou outra pessoa no meu lugar. Há essa atribuição de encaminhar as propostas para exame do Conselho. Assim aparece a preocupação de fazer a demonstração dos resultados e acaba sendo um overview (visão geral) da empresa. Precisa construir uma nova fábrica em outra cidade? Ok, mas precisa passar pelo Conselho”, conta Diego. Ele é entusiasta de consenso nas decisões. Reconhece que em grupos ímpares a maioria sempre prevalece, mas percebeu que esse modelo não era o ideal. Convicto de que todos tinham igual capacidade de julgamento, propôs que quando houvesse opiniões divergentes, todos deveriam investir tempo e energia em reflexões para enriquecer as decisões e favorecer o entendimento. “Mesmo que houvesse frustração ao ver uma ideia rejeitada, havia também a compreensão de que a escolha final era fruto de um esforço conjunto e mais justo”, diz Diego, que fora do trabalho usa o tempo para a família e percorrer trilhas de terra, lama e areia com seu Jeep “off-road”. de uma pós-graduação em Sucessão Familiar no Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e ao mesmo tempo desenvolveram um "assessment" individual de competências para conceber a contribuição de cada um. Eduardo Valério, consultor externo, dono da GoNext, especializada em governança corporativa e sucessão em empresas familiares, foi o mentor nesse processo. Conforme Diego, a cultura de inovação e profissionalização criou o terreno fértil para uma adaptação suave e planejada. “Não foi uma corrida de 100 ou de 200 metros, mas um revezamento de alguns quilômetros", onde a passagem do bastão aconteceu aos poucos, após o período de treinamento”, explica. O SUCESSOR

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