Móveis de Valor - Edição 247

8 moveisdevalor.com.br PREOCUPAÇÕES COM O FUTURO FINANCEIRO Mesmo antes da incerteza econômica desencadeada pelas tarifas generalizadas de Donald Trump, muitas pessoas já estavam preocupadas com seu futuro financeiro. Pesquisa da Statista mostra que quatro em cada dez entrevistados no Canadá e no México expressaram preocupações sobre o tema no ano passado. Nos Estados Unidos e no Brasil 37% dos entrevistados disseram o mesmo, enquanto na Índia e na China a parcela de entrevistados preocupados com seu futuro financeiro foi menor, 27% e 13%, respectivamente, como se vê no gráfico abaixo. ANTIDUMPING NO POLIOL: ALTO RISCO DE DISTORÇÃO GRAVE NO MERCADO Aplicar medidas antidumping em um cenário econômico global desafiador pode gerar distorções no mercado interno, premiando empresas que não estão competitivas e penalizando fabricantes e consumidores que hoje dependem de preços mais baixos de insumos para sobreviver. É o que deve acontecer se o governo concordar com aplicação de taxa extra na importação de poliol, matéria prima básica para produção de espumas para o setor de colchões e estofados, que chega a representar 55% no custo da espuma. O uso inadequado de tarifas antidumping, em um momento de fragilidade econômica, pode gerar mais danos do que benefícios. É hora de olhar para o todo — e não apenas para o elo mais vocal da cadeia. FUTUROLOGIA: COMO SERÁ O 2º SEMESTRE PARA MÓVEIS? A constante oscilação da produção nos primeiros meses reflete o comportamento do varejo, claro. Vende pouco, reduz a produção dentro da margem adequada considerando os custos fixos. Até abril, última pesquisa do IBGE, as vendas de móveis não foram bem. O volume recuou 2,4% e a receita nominal subiu apenas 0,2%, motivada pela correção de preços de acordo com a inflação. Mas, com o aumento de dinheiro disponível para consumo da população, graças as benesses do governo federal, o varejo deve acelerar as vendas no segundo semestre. Nossa estimativa é que o comércio de móveis feche o ano com alta entre 4 e 5%. Quem viver, verá! BRASIL GANHA 22 MIL LOJAS DE MÓVEIS, COMO ASSIM? O Brasil possui 71.509 pontos de venda especializados na venda de móveis e colchões – dois terços nas regiões Sul (16.332) e Sudeste (31.052) conforme pesquisa do IBGE tendo 2022 como ano base – o aumento é de 45,6% em relação as 49.106 empresas existentes em 2018. Em números absolutos, são 22,4 mil lojas a mais no período. Como assim, pergunta você. Isso decorre de uma nova metodologia utilizada pelo IBGE, não apenas para pesquisar varejo, mas também indústria. O IBGE explica: Essa diferença se deve, essencialmente, a adoção de um novo modelo para o levantamento dos dados, cujas mudanças impactaram nas estatísticas anteriores, de 2007 a 2021. Entre as alterações estão a inclusão de declaração da RAIS Negativa, e utilização dos registros da Receita Federal como fontes prioritárias de estabelecimentos – até então a regra era RAIS/eSocial. Por Ari Bruno Lorandi, CEO da Móveis de Valor

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