32 moveisdevalor.com.br Observatório é que a comunicação e a estratégia das marcas ainda deixam esse público de fora”, enfatiza. De acordo com essa mesma pesquisa citada por Bete, 4 em cada 10 consumidores brasileiros acima de 55 anos afirmam sentir falta de produtos e serviços pensados para eles. “O que o mercado moveleiro precisa é de uma verdadeira mudança de paradigma. Envelhecer não é sinônimo de limitação, é sinônimo de novas fases de vida, com novas formas de habitar e interagir com os espaços. Móveis que considerem a longevidade são soluções inteligentes que beneficiam todas as gerações”, comenta a especialista, acrescentando que não se trata apenas de criar móveis para pessoas idosas, mas de projetar soluções com propósito, que atendam um público cada vez mais diverso em idade, estilo e comportamento. Para a geroarquiteta Flávia Ranieri, não se trata apenas de pensar em mobilidade reduzida na hora de desenvolver esses móveis, mas é preciso entender que o envelhecimento impacta todos os sentidos do copo. “Por isso, quando falamos em investir em mobiliário adequado para o público maduro, estamos falando de criar peças que ofereçam conforto físico, segurança emocional e que respeitem as novas formas de viver na maturidade. Móveis com quinas arredondadas, altura adequada para facilitar o sentar e levantar e superfícies agradáveis ao toque são fundamentais para garantir a segurança física e o acolhimento emocional dos moradores”, esclarece. Flávia ainda cita outros exemplos que podem ser adotados pelas indústrias de móveis. “No caso do declínio auditivo, soluções acústicas como revestimentos apropriados e o posicionamento inteligente de móveis – que favoreçam a leitura labial e o contato visual – fazem toda a diferença. Pequenas tecnologias, como caixas de som posicionadas atrás de sofás e camas, ajudam a reduzir a necessidade de volumes excessivos na TV e contribuem para evitar o isolamento social, muitas vezes causado por dificuldades de audição”. A geroarquiteta fala sobre outro aspecto que já está sendo explorado pelos fabricantes, mas que pode ser adaptado para a realidade desse público. “Também merece atenção a tecnologia embarcada Sistema F-Line44, da Häfele envelhecimento, o que pode ajudar a mapear, de forma estratégica, como as inovações em mobiliário podem facilitar o dia a dia dessas pessoas acima dos 50 anos. “Isso significa criar soluções que promovam segurança, conforto e design. Porque sim, o público maduro também busca estética e beleza e não apenas funcionalidade”, acrescenta. A fundadora da MV Marketing acredita que os fabricantes de móveis precisam compreender, de fato, o tamanho e o potencial de consumo desse público. “Em breve, 35% de todo o consumo domiciliar privado do país será gerado por essas pessoas. Estamos falando de uma fatia de 24% do consumo total dos lares brasileiros, segundo pesquisa feita pelo Data8. Um mercado que nenhuma indústria pode (ou deve) ignorar. O paradoxo
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