Móveis de Valor - Edição 249

18 moveisdevalor.com.br POLÍTICAS INDUSTRIAIS EM QUASE 100 ANOS Primeira Fase: 1930-1956 A crise de 1929 e a necessidade de diversificar a economia dependente do café, motivou o governo Vargas (a partir de 1930) a implementar medidas como controle cambial, tarifas protecionistas e incentivos à produção nacional de bens de consumo não duráveis e logo depois o foco na produção de bens duráveis com ingresso de capital estrangeiro. Segunda Fase: 1956-1964 O governo JK criou o Plano de Metas, que visava o desenvolvimento em setores como energia, transportes, indústria de base, educação e alimentação. Houve grande influxo de investimento estrangeiro e a instalação de indústrias automobilística, naval e de bens de capital. A revolução de 1964 marcou uma mudança no modelo de desenvolvimento, embora a industrialização ainda fosse relevante. Terceira fase: 1964-1979 O regime militar, com políticas de incentivo à indústria nacional, subsídios, crédito facilitado e grandes projetos estatais obteve um crescimento econômico expressivo, impulsionado pela expansão da indústria de bens de capital e de bens intermediários. A crise do petróleo de 1973 e o aumento da dívida externa começaram a minar o modelo. O final da década de 1970 marca a desaceleração do crescimento. Quarta fase: 1980-1990 A chamada década perdida foi marcada pela crise da dívida externa, alta da inflação e instabilidade econômica. As políticas industriais foram fragmentadas e inconsistentes. A abertura comercial e a estabilização macroeconômica no início da década de 1990 (Plano Collor e, posteriormente, Plano Real) sinalizaram uma mudança de paradigma, com menor intervenção estatal direta na indústria. Quinta fase: 1990-2000 Abertura comercial, privatizações e foco na estabilidade macroeconômica. Houve redução das tarifas de importação e uma maior exposição da indústria nacional à concorrência estrangeira. Foi o início de debate sobre a necessidade de uma nova política industrial para enfrentar a desindustrialização e promover a competitividade. Sexta fase: 2000-2016 Iniciativas buscaram retomar papel mais ativo do Estado na promoção do desenvolvimento industrial, com foco em setores específicos, inovação e competitividade. A crise econômica de 2014-2016 e as mudanças políticas levaram a uma descontinuidade e revisão dessas políticas, com um retorno a uma postura mais liberal em alguns setores. Sétima fase: 2016-aos dias atuais Cenário de instabilidade política e econômica, com políticas industriais fragmentadas e com menor prioridade. Há um debate em curso sobre a necessidade de uma nova estratégia para a reindustrialização do país, especialmente diante dos desafios da transição ecológica e da indústria 4.0. ECONOMIA

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