55 moveisdevalor.com.br mudanças no mercado de trabalho e impactos no emprego no setor manufatureiro. Apontando que ainda há muito desconhecimento quanto à evolução de perfis e aptidões neste contexto de Indústria 4.0, o que acaba por dificultar a definição de habilidades necessárias. Para Federico Giunta, diretor de System para a América Latina da Biesse, o Brasil enfrenta um atraso crônico na adoção das revoluções industriais. “Isso se deve ao baixo índice de investimento em inovação (P&D abaixo de 1,5% do PIB), falta de políticas industriais de longo prazo, burocracia tributária e falta de incentivos tecnológicos efetivos, além da desigualdade de acesso à infraestrutura digital e dependência de fornecedores externos de tecnologia”, comenta. Rene de Oliveira, apesar de otimista, também aponta fatores que contribuem para o desenvolvimento tardio, como “os juros altos, escassas linhas de crédito, impostos de importação altos e o famoso ‘custo Brasil’’’. Além disso, empresas de países em desenvolvimento podem ser prejudicadas pela difusão progressiva das tecnologias da Indústria 4.0 nas economias avançadas, uma vez que é esperado que países desenvolvidos usem tais tecnologias para impulsionar o retorno de parte de sua produção, que foi perdida com a redução de trabalho nas últimas décadas (efeitos backshoring ou reshoring), reinicializando a produção industrial. A segurança industrial também constitui outro desafio que deve ser considerado. A segurança colaborativa de robôs, o risco ocupacional da fabricação aditiva, os potenciais riscos psicológicos, as ameaças à segurança de dados e os riscos de propriedade intelectual resultantes de ciberespionagem e ciberterrorismo são reais e presentes. CASES E EXEMPLOS Adentrando brevemente no setor moveleiro e colchoeiro (que será foco da próxima matéria do especial), temos exemplos de empresas conhecidas que já utilizam da manufatura avançada, como a Ortobom, Mobly, Simmons entre outras. O CEO da Overseas também enumera alguns outros cases de sucesso que já se utilizam da Quarta Revolução Industrial em nosso país. “Temos casos concretos de sucesso do setor colchoeiro na Bahia e Paraná, por exemplo, que conseguiram, em apenas 3 meses, melhoria na qualidade, redução drástica de custos e crescimento em faturamento”. Ele se refere às empresas FA Maringá e a Sono Colchões, ambas que trabalham com equipamentos United Mert Makina, com assessoria industrial da Overseas. Mostrando que o Brasil segue, mesmo que lentamente, rumo ao domínio da manufatura avançada e já com um pé no futuro, a Indústria 5.0. A eficácia da atuação robotizada força trabalhadores a se especializarem para contribuir junto às máquinas no processo produtivo, sem abdicar de seus cargos Toda linha de produção de colchão com IoT (internet das coisas). Os quadrados azuis são os colchoes em movimento ao vivo
RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz