Móveis de Valor - Edição 250

13 moveisdevalor.com.br que a Black Friday será interessante pelo segundo ano consecutivo, pelo fato de acontecer na data de pagamento do 13º salário, “o que historicamente, tem dado a data certa potência, mas, ao mesmo tempo, uma antecipação de compras de Natal”, lembra. “Aconteceu no ano passado ter uma Black muito boa e um Natal magrinho e as previsões é que esse ano isso se repita”, prevê. Vitor Guidini, presidente do Sindimol, concorda que a Black Friday pode trazer bons resultados, desde que seja bem planejada. “Não é só sobre dar desconto — é sobre entender o que o cliente valoriza e como comunicar isso com clareza. Para quem não vê na data uma oportunidade real, o caminho está em ações mais direcionadas: fortalecer o relacionamento com clientes, criar ofertas personalizadas e explorar outras datas com apelo regional. O importante é manter o comercial ativo e a marca presente”, aconselha. Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel, também projeta um cenário de marasmo no consumo intercalado por picos de demanda em novembro e dezembro e margens sob pressão. “Será um período que exigirá estratégia das empresas para não depender apenas da guerra de preços e, ao mesmo tempo, diálogo constante com o poder público para assegurar avanços e preservar a competitividade da indústria nacional”, comenta. Munhoz comemora o desempenho do setor no primeiro semestre, que cresceu 2,8% em volume e 7,8% em receita com apoio da produtividade e geração de empregos, mas é cauteloso sobre o futuro. “Seguimos enfrentando crédito caro, endividamento elevado, e sofremos os efeitos da tarifa imposta pelos Estados Unidos. Apesar disso, a expansão da massa salarial e a resiliência do mercado de trabalho dão algum fôlego à demanda”, diz. INADIMPLÊNCIA PREOCUPA A inadimplência continua em patamar elevado. A Confederação Nacional do Comércio (CNC), calcula em 6,21% em setembro. O levantamento mostra que 38% das famílias com renda até três salários-mínimos estavam inadimplentes Merula Borges, especialista em finanças da CNDL Eduardo Terra, cofundador do Instituto Retail Think Tank e do BTR Varese em julho, o pior nível em mais de dois anos. No total, são 78,16 milhões de pessoas com dívidas em atraso, maior contingente da série histórica da Serasa Experian. Em julho, 30% das famílias declararam não conseguir quitar suas dívidas, e 12,7% afirmaram que não terão condições de pagar os atrasos — maior taxa desde dezembro de 2024. Com a Selic em patamar elevado, os juros cobrados no comércio chegam a 5,5% ao mês, 0,5 ponto acima de um ano atrás, segundo a Associação Nacional de Executivos (Anefac), situação que – afora a inadimplência – encarece os financiamentos, reduz a atratividade das compras de quem precisa de prazo. E mais: custos elevados de capital desestimulam o investimento produtivo e a migra-

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