Móveis de Valor - Edição 250

63 moveisdevalor.com.br Rodrigo Pastl, gerente-executivo de tecnologia para a indústria da CNI, em entrevista ao IEDI, ressalta a necessidade de capacitação tecnológica da mão de obra, não só de engenheiros, mas de todas as profissões neste novo cenário industrial. “Só a mão de obra capacitada pode saber como usar os dados coletados em cada etapa de produção para entregar maior produtividade, reduzir tempo de produção e até buscar processos mais sustentáveis”, diz o especialista, lembrando que este tipo de profissional também é mais bem pago. O “Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027”, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela uma necessidade crescente de qualificação profissional no Brasil. O estudo projeta que, para atender às demandas da indústria nos próximos anos, será necessário qualificar cerca de 14 milhões de trabalhadores. Do total estimado, aproximadamente 2,2 milhões de profissionais necessitarão de formação inicial para suprir novas vagas e substituir aqueles que deixarão o mercado de trabalho. Além disso, cerca de 11,8 milhões de trabalhadores já empregados precisarão de requalificação para se adaptarem às transformações tecnológicas e organizacionais que estão moldando o setor industrial. A taxa de juros elevada e a escassez de linhas de financiamento também prejudicam o processo. CASES DO SETOR MOVELEIRO Grandes polos do setor moveleiro são os principais afetados pela falta de mão de obra especializada na fabricação de móveis e colchões, como nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná. No Rio Grande do Sul, especialmente na Serra Gaúcha, a falta de mão de obra já é apontada como fator limitante para a continuidade do desenvolvimento econômico da região. Segundo estudo do Jornal do Comércio (RS), representantes da indústria moveleira, em Bento Gonçalves, manifestam que a situação, já crítica, tende a se agravar, o que leva as empresas a incorporarem cada vez mais processos automatizados. Euclides Longhi, presidente da Movergs, aponta como o Rio Grande do Sul tenta solucionar esse problema. “A Movergs, além de investir fortemenFonte: FGV IBRE Pesquisa CNI: Objetivos de empresas que são afetados pela falta de mão de obra qualificada Euclides Longhi, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) te em automação, é parceira de entidades e instituições para um trabalho conjunto que envolve estudos e pesquisas, proximidade com novos talentos e cursos de qualificação. São ações que, somadas, ajudam a despertar interesse nas oportunidades que o setor moveleiro oferece”, explica. Ele reforça que, a forma como as indústrias atuam para reter talentos varia de caso a caso, estratégias como agilidade no processo de seleção e treinamento, um plano de carreira bem definido e oferecer qualifica-

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