Móveis de Valor - Edição 250

49 moveisdevalor.com.br abrandamento das tarifas. O estoque de recursos para tentar amenizar o quadro – férias coletivas, renegociações de contratos, assumir parte dos custos até o final do ano – não foram suficientes. Com cancelamento de contratos e o esgotamento das férias coletivas, o caminho tem sido a demissão de trabalhadores e, ao que tudo indica, elas devem continuar. O caso mais emblemático é o da catarinense Artefama, que dispensou 400 empregados. A saúde financeira de grande parte das empresas está debilitada. O governo federal destinou R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e o BNDES disponibilizou R$ 10 bilhões, mas na avaliação da diretora executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri, essas medidas não serão suficientes para manter as empresas de pé. “Não sei por quanto tempo vão poder se manter. O problema é outro: é substituir os EUA por outros mercados e isso leva tempo”, observa. “Os compradores americanos também terão que buscar alternativas”, acrescenta. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirma que algumas empresas, mesmo com acesso a crédito, podem não conseguir se sustentar caso os Estados Unidos não flexibilizem a taxa sobre as exportações brasileiras. “Algumas, mesmo com linhas de financiamento, não terão condição de se sustentar sem a abertura do mercado norte-americano. É uma medida absolutamente injusta para o Brasil”, disse. “As empresas exportadoras se encontram vulneráveis”, alerta Luiz Carlos Pimentel, presidente do Sindusmobil, sindicato das indústrias da região de São Bento do Sul. “Temos cerca de 30 grandes empresas que exportam, mas o percentual para os EUA tem diferentes graus de concentração”, conta o dirigente, acrescentando que são as maiores empregadoras quem exporta para os EUA. “Se o tarifaço se prolongar por mais tempo podemos ter redução da participação do polo na economia da região. Algumas empresas não vão poder suportar”, prevê. Pimentel se mostra esperançoso com a reunião entre os presidentes do Brasil e dos EUA e uma eventual redução ou suspensão da tarifa de 40% em vigor desde o início de agosto. “Caso isso não aconteça, tende a ser devastador para a região, porque a indústria de móveis é um dos

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