Móveis de Valor - Edição 250

52 moveisdevalor.com.br Nessa entrevista para Móveis de Valor, Maria Teresa Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, diz que o impacto do tarifaço tem atingido mais as fábricas que exportam via trading para os EUA. A entidade criou o programa Destarifaço, que oferece apoio, capacitação e cobertura psicológica para os demitidos. Com foco na prospecção de novos mercados, será realizado em novembro evento na embaixada do Brasil em Buenos Aires. A seguir, os principais trechos: Móveis de valor: Qual o quadro geral em Santa Catarina? Maria Teresa Bustamante: Pequenas e médias indústrias foram altamente impactadas, muitas já fazem demissões pontuais. Uma que estava em recuperação fiscal não teve alternativa a não ser praticamente fechar as portas. Demitiu 400 operários, mas é uma situação singular, que não pode ser creditado penas ao tarifaço. MV: O impacto via trading é maior? Maria Teresa: Sim, as empresas que têm os EUA como destino, e trabalham sob encomenda via Trading Company, estão mais impactadas e, certamente, vão demitir caso o tarifaço se prolongue. Porém, em Santa Catarina são poucas as indústrias que estão nessa situação. MV: Que tipo de apoio a FIESC tem oferecido às empresas exportadoras? Maria Teresa: O Sistema criou o Destarifaço, programa que envolve todas as unidades sendo levado para a indústria de forma customizada, identificando o que precisam, como a entidade pode colaborar, inclusive nas demissões. Para esses trabalhadores está oferecendo cobertura psicológica, a fim de transitar de maneira mais compreensiva e mais assertiva. O Senai colocou trabalhadores em curso de capacitação. O Impacto das tarifas americanas e a resposta da FIESC aos exportadores MV: A FIESC está realizando pesquisa de prospecção de novos mercados? Maria Teresa: A área de relações internacionais da FIESC está realizando estudos e nos dias 10 e 11 de novembro na Embaixada do Brasil, em Buenos Aires, será realizado um evento com esse objetivo. Identificamos que muitas indústrias tinham possibilidade de abrir outros mercados, tinham demanda, mas não deram continuidade, porque estavam bem servidos atendendo o mercado norte-americano. MV: O Fundo Garantidor de Exportação e BNDES são suficientes para tentar amenizar a situação desse grupo de empresas? Maria Teresa: Esses recursos não são suficientes para tentar amenizar a situação desse grupo de empresas. Pelo menos um fato é real: está funcionando, com toda a burocracia necessária. O BNDES promoveu uma reunião em Florianópolis, mostrando os procedimentos necessários. A FIESC está oferecendo toda a cobertura para que a indústria consiga entender o problema e encontrar saídas para esta crise. Maria Teresa Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC ENTREVISTA

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz