60 moveisdevalor.com.br Correa, tudo isso faz com que o fabricante se sinta lisonjeado. “Olha como esse ‘cara’ expõe bem a peça”. Cadu vai além: “Eu acho que, assim como a moda, a necessidade do consumidor e a vanguarda da criação, se retroalimentam. Ao mesmo tempo que atende a necessidade do público, quem desenha a peça também é um consumidor”. Isso vira um círculo virtuoso. “Claro que a gente precisa estar sempre atento às necessidades do mercado e as suas mudanças, mas também tem o que as marcas gostam de impor como estilo”, observa. Tudo isso faz com que as marcas de móveis se beneficiem da curadoria, assim como as lojas. “Uma curadoria forte, um alinhamento claro de branding e curadoria vende. A pessoa entende aquilo, fica mais palpável, ela entende aquele estilo, quer aquele estilo, quer fazer parte daquilo”, destaca. Como funciona na prática essa intermediação entre curador, designer e marca? Cadu Correa responde que é uma relação muito orgânica, mas existem algumas diferenças quando as fábricas já têm seus próprios designers e quando contratam designers externos para assinar seus móveis. “No primeiro caso, o curador escolhe aquilo que ele entende que funciona melhor para o consumidor, mas quando o designer trabalha em seu próprio estúdio, o curador pode ser um representante dele perante a indústria nos projetos. De toda forma, é uma relação muito orgânica e linear, porque precisa existir um reconhecimento daquele desenho, daquele produto que está sendo fabricado e isso tem que ‘casar’ com o estilo que você quer impor dentro da loja, dentro da sua curadoria”. “Também entra nesse processo uma parte muito mais de roupagem como, por exemplo, a escolha de revestimento para um estofado: como você vai aplicar? Com o que você vai combinar no seu showroom? Mas, basicamente, a curadoria é a alma do negócio, e o mais importante é ter clareza sobre o que a sua coleção quer transmitir”, explica. A curadoria de produtos não é apenas um processo de seleção, mas uma ferramenta estratégica vital que define o sucesso e a longevidade de uma marca no mercado. 1. Coerência e Identidade da Marca: • A curadoria garante coesão do portfólio e estabelece um diferencial competitivo claro no mercado. • Ela gera uma identidade visual forte e coesa, aumentando o reconhecimento da marca e, consequentemente, impulsionando as vendas. • Permite criar linguagem visual clara, que é instantaneamente reconhecível e desejada pelo público. • Transforma o estilo da marca em seu patrimônio mais valioso, construindo um legado de design. 2. Venda de Soluções, Não Apenas Produtos: • Sem a curadoria, o showroom se torna apenas um depósito de produtos desconexos. A curadoria, por outro lado, cria narrativas visuais. • Ajuda a vender mais do que apenas itens; vende soluções completas e aspiracionais, integrando estética e funcionalidade. • Faz o consumidor querer não apenas adquirir o produto, mas "fazer parte" do universo e da proposta de valor daquela marca. 3. Dinâmica do Design e Consumo: • As escolhas da curadoria são guiadas tanto pela necessidade prática quanto pelo desejo estético do público-alvo. • Mudanças de contexto (como uma pandemia ou novas tendências de sustentabilidade) alteram drasticamente os hábitos de consumo e, portanto, o foco e o design da oferta. • O design é um organismo vivo que se manifesta em todos os detalhes. Os criadores, por meio da curadoria, influenciam ativamente os consumidores ao propor novas linguagens e formas de viver o lar. 4. Execução e Detalhamento da Curadoria: • A relação com fábricas produtoras é crucial, pois permite compor um mix de produtos com peças específicas e exclusivas que reforçam o conceito curatorial. • A curadoria vai além da escolha do item; ela define a "roupagem" — tecidos, acabamentos, texturas e, principalmente, a forma estratégica de exposição e ambientação no showroom. O PODER ESTRATÉGICO DA CURADORIA MARKETING
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