Móveis de Valor - Edição 250

63 moveisdevalor.com.br Assim foi feito. “Era para durar seis meses, mas acabei ficando quase um ano”, relembra. Morou em Turner's Falls, duas horas de Boston, no estado de Massachusetts. “Fiz high school normal, o segundo colegial praticamente completo lá. Os americanos não conseguiam me chamar de Maic, para eles isso significa outra coisa”, explica. No retorno, deu sequência aos estudos e, ao mesmo tempo, começou a se envolver com a empresa da família em meio período. Em 1998, com 17 anos de idade, foi registrado na Imcal. Começou exercendo a função de ajudante de faxineiro, na produção, passou pelas áreas de furadeira, coladeira, pintura, manutenção, encarregado de setor. Na área administrativa, teve passagem pela área de custos, assistência técnica e comercial. “Gostei de viajar e quando me dei conta, estava envolvido com vendas, exportação, desenvolvimento de produto”, garante. Com o tempo, novas caras começam a fazer parte do dia a dia da Imcal. “Chegou meu irmão Thiago, em seguida meus primos, filhos do meu tio, Delcio, depois a minha tia. Nessa época, meu pai e meu tio não tinham muita noção da proporção que as coisas poderiam tomar. A empresa funcionava bem, mas em um determinado momento conversei com eles para dizer, de forma franca, que não estava legal, que não via muito espaço para mim”, justificou. O desligamento consensual aconteceu em 2005. HORA DE SEGUIR SOLO Como tinha acumulado experiência e muitos contatos na área comercial, viu que era a hora de seguir carreira solo – essa fase é uma espécie de ponto zero. Pediu máquinas emprestadas a amigos, ao pai e ao tio, alugou um modesto pavilhão e em seis meses montou uma pequena estrutura. Com a ajuda do primeiro funcionário, começou a produzir peças para empresas da região. Usou a relação com empresários para prospectar oportunidades. Apareceu a chance de fabricar gabinetes de máquina de costura para a Singer, que não desejava mais importar da China, porque não havia tanta demanda. E tinha a questão de dólar na época. “O fato é que comecei a fazer junto com outra fábrica aqui da região”, comenta. “Esse negócio ajudou a encorpar a empresa, deu espaço para melhorar o maquinário e montar uma equipe administrativa. Minimamente começar a ter uma cara de indústria”, complementa. Foram cerca de quatro anos até ter condições para colocar produtos próprios no mercado: aconteceu na virada de 2009 para 2010, com o lançamento do primeiro catálogo com a marca Matic, especializada em móveis infantis. “Percebi que esse trabalho de terceirização oscilava demais, muita sazonalidade. Se trabalhava igual doido no final de ano, e depois ficava parado. Comecei a imaginar isso no longo prazo, e a pensar em uma alternativa. Como tinha uma estrutura, me senti encorajado”, assegura. Durante pouco mais de um ano produziu paralelamente peças para marcas da região e abria clientes para a Matic. “Passei um tempo avisando os terceirizados sobre as mudanças que estavam acontecendo. Não podia Robel é a mais recente aquisição do Grupo Caneira

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