Móveis de Valor - Edição 250

84 moveisdevalor.com.br por que o registro de uma não conformidade faz diferença — tudo isso ajuda a criar pertencimento. Uma integração bem estruturada, com revisões aos 30, 60 e 90 dias, pode reduzir muito o turnover. Ao mesmo tempo, é importante desenvolver líderes preparados para esse novo perfil de equipe. Ainda é comum ver nas indústrias a promoção do colaborador mais antigo para o cargo de líder, sem formação para lidar com pessoas. Liderar, no entanto, é mais do que ter experiência ou “tempo de casa”. É orientar, ouvir e dar contexto. É entender o momento de cada pessoa e saber conduzir conversas difíceis de forma respeitosa e objetiva. Um líder despreparado custa caro — desmotiva, perde talentos e aumenta o retrabalho. Por outro lado, quando a liderança é formada para gerir pessoas, os resultados aparecem rapidamente. Feedbacks se tornam naturais, os conflitos diminuem e a confiança cresce. Pequenos rituais, como reuniões rápidas de quinze minutos por semana e micro treinamentos no próprio posto, mantêm o time alinhado e engajado. Outro ponto é a comunicação. Ainda existem fábricas onde a informação circula apenas por murais O novo desafio das fábricas: contratar, engajar e reter em um mercado que mudou Qualidade se faz com pessoas. Eu repito essa frase porque ela resume tudo. Se você fabrica colchões, já percebeu: não existe qualidade, certificação ou entrega no prazo sem gente boa, alinhada e bem cuidada. A verdade é que o mercado mudou. A forma de contratar não é mais a mesma. A forma de reter também não. E quem não acompanhar essa mudança vai continuar sentindo os efeitos: alta rotatividade, equipes sobrecarregadas e dificuldade para crescer mesmo com a demanda em alta. Antes de tudo, é importante compreender o contexto. O que está acontecendo nas fábricas não é apenas escassez de pessoas — é uma mudança de geração e de comportamento. A nova força de trabalho valoriza propósito, ambiente saudável e desenvolvimento contínuo. Já não busca apenas estabilidade, e sim sentido no que faz. Isso exige das empresas um novo olhar: menos foco em “preencher vagas” e mais atenção em construir times. Em primeiro lugar, é preciso mudar a forma de contratar. Ainda há empresas que escolhem por afinidade ou por urgência, sem clareza sobre o que o cargo realmente exige. O resultado é previsível: contratações equivocadas, treinamentos repetidos e frustração dos dois lados. Definir competências — técnicas e comportamentais — é o ponto de partida. Educação, experiência e treinamento são pilares, mas comportamento, atitude e capacidade de aprendizado são o que sustentam o desempenho no dia a dia. Além disso, o processo de integração precisa evoluir. Receber alguém novo não é entregar crachá e manual. É acolher, explicar a cultura, mostrar o produto e conectar o colaborador ao propósito da marca. Apresentar o colchão, falar da etiqueta, mostrar ARTIGO Por Camila Silveira

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz