Móveis de Valor - Edição 250

89 moveisdevalor.com.br tagem – facilitando a separação de partes e prolongando a vida útil; Uso de materiais sustentáveis – como tecidos reciclados e espumas de base biológica; e campanhas de conscientização para estimular consumidores a devolverem colchões usados em pontos de coleta. “Essas práticas estão alinhadas ao ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura), pois estimulam pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica voltados à sustentabilidade”, ilustra Débora, que também chama atenção para o impacto financeiro dessas ações. “O risco ambiental na indústria de colchões não se limita ao aspecto ecológico, ele tem impacto direto na lucratividade, porque as empresas que ignoram essa agenda enfrentam custos elevados de disposição de resíduos, multas ambientais, processos de remediação e danos à reputação”, completa. Mas, para Débora, a adoção de soluções circulares abre caminho para ganhos econômicos Débora Irie, especialista em ESG e consultora do Instituto Impulso A divulgação das práticas ESG pode facilitar a concessão de crédito à empresa APOIO DE CONTEÚDO para o meio ambiente, justamente por conta de sua composição, formada por espumas, molas, tecidos e metais, o que dificulta o processo de reciclagem. “Além disso, seu grande volume físico faz com que os colchões ocupem um espaço significativo em aterros sanitários, acelerando a escassez de áreas disponíveis para deposição final”, acrescenta. Segundo Débora, outro ponto crítico está na liberação de substâncias tóxicas, como retardantes de chama e compostos orgânicos voláteis presentes em alguns materiais que podem contaminar solo e água, trazendo riscos à biodiversidade e à saúde humana. “Durante a decomposição, os colchões também emitem gases de efeito estufa, como o metano, contribuindo para o aquecimento global”, completa. IMPACTOS DO DESCARTE INADEQUADO • Contaminação de solo e água pela liberação de substâncias químicas. • Emissão de gases de efeito estufa, intensificando as mudanças climáticas. • Desperdício de recursos naturais, já que a produção de colchões demanda água, energia e matérias-primas que poderiam ser reaproveitadas. Esses impactos estão diretamente conectados aos ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e ODS 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima). De acordo com a especialista em ESG, a indústria tem a oportunidade de migrar de um modelo linear (conforme citamos antes) para uma lógica circular, na qual o resíduo se transforma em recurso. Para isso existem algumas práticas estratégicas, que incluem: Coleta seletiva e logística reversa – garantindo a reintegração dos colchões descartados ao ciclo produtivo; Reciclagem de componentes – como espuma, molas e tecidos, reduzindo o consumo de matérias-primas virgens; Design para desmon-

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