84 moveisdevalor.com.br José Lopes Aquino, presidente do SIMA, Arapongas (PR) Para José Aquino, presidente do SIMA, de Arapongas, fatores externos às fábricas como transporte, armazenamento, entrega e montagem impactam diretamente esses índices. “São desafios que exigem cuidado compartilhado em toda a cadeia”, afirma. Outro problema é quando o consumidor recorre PRINCIPAIS DESPERDÍCIOS & SOLUÇÕES ao Reclame Aqui para relatar defeitos. “Esse é o pior momento para descobrir que algo deu errado”, alerta Renato Bernardi, da Movergs. “Cada devolução representa perdas financeiras, de imagem, de matéria-prima e de tempo.” O que as indústrias de móveis poderiam fazer para amenizar a situação? José Aquino, responde: “É a conscientização e união da cadeia na busca de melhoria dos elos para criarmos maior eficiência de todos os processos, gerando maior satisfação ao consumidor”, sugere. A estilista Coco Chanel dizia que “a moda sempre conversa com o tempo que vivemos”. Para as fábricas essa “conversa” exige ouvir o som do desperdício. E estar em sintonia com o presente não é somente criar móveis, mas fábricas eficientes e humanas. Conversar com o tempo é reinventar processos, repensar hábitos e produzir com propósito. • Movimentação interna Ocorre no deslocamento do operador para buscar ferramentas, insumos ou componentes distantes do seu posto. • Transporte Refere-se à movimentação de materiais dentro da fábrica – fluxo que, quando mal desenhado, rouba tempo. • Inventário É o estoque além do necessário – são produtos acabados, matéria-prima parada ou itens obsoletos que comprometem o espaço e o capital de giro. Solução: redesenho do layout e revisão dos fluxos logísticos internos, com base em ferramentas de mapeamento de valor que reduzem esses gargalos. Empresas que adotaram essas medidas registraram reduções de até 39% no lead time — ou seja, no tempo entre o início da produção e a saída do produto acabado. • Retrabalho É o reflexo da não qualidade. Nasce da falta de padronização — muitas vezes o conhecimento técnico está “na cabeça” do operador, e não documentado na empresa. Quando o profissional sai, leva consigo o padrão do processo. Essa lacuna gera inconsistências, devoluções e atrasos. O retrabalho consome tempo e insumos, afeta prazos de entrega e a imagem da marca. Solução: formalizar procedimentos, criar instruções visuais e desenvolver uma cultura de padronização que ajudam a consolidar o conhecimento e reduzir perdas. • Máquinas e operadores subutilizados Produção de móveis exige precisão. Na indústria moveleira, cada peça — caixas, tampos, pés, vidros — precisa chegar no tempo certo à montagem. Quando isso não ocorre, máquinas e pessoas ficam ociosas, elevando custos e desperdícios. Em um setor de margens estreitas, sincronizar a produção é questão de eficiência e sobrevivência. Solução: investir em programação integrada, sincronizar etapas e acompanhar a performance diária reduzem gargalos e equilibram o uso dos recursos. INDÚSTRIA
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