99 moveisdevalor.com.br real do ESG ao modelo de negócios. SUSTENTABILIDADE QUE GERA LUCRO Ao longo do ano, ficou evidente que o ESG não é apenas uma pauta ética, mas também econômica. Como lembrou Débora Irie em uma das reportagens, as boas práticas ambientais e sociais geram retorno financeiro mensurável. A eficiência energética, o uso racional da água e a redução das emissões de gases de efeito estufa diminuem custos, aumentam produtividade e ampliam oportunidades no mercado internacional. O caso da Micropet é um bom exemplo. A empresa, que recicla garrafas PET para produzir insumos destinados à indústria colchoeira, estruturou um robusto Plano de Ação ESG e conquistou certificações que abriram portas para exportação. “O retorno financeiro é consequência direta da boa gestão e da transparência”, destacou o diretor Carlos Antonio Lorenceto. Débora Irie, mentora do curso Trilha de Aprendizado ESG: um caminho sem volta A divulgação das práticas ESG pode facilitar a concessão de crédito à empresa APOIO DE CONTEÚDO No eixo ambiental, ganharam força o uso de matérias-primas recicláveis e renováveis, a redução do consumo de recursos e o investimento em tecnologias limpas. No social, destacaram-se programas de inclusão e parcerias com instituições de ensino. E, na governança, o foco se voltou para a transparência e ética. Segundo Débora, alguns outros setores já estavam mais avançados nesse caminho, mas a indústria moveleira vem mostrando evolução consistente — de projetos de logística reversa à transformação de resíduos em novos produtos, como briquetes de madeira e insumos reciclados. “A pressão do mercado e das instituições financeiras vai tornar o ESG um requisito para o acesso a crédito e investimentos já a partir de 2026”, alerta a especialista. FEIRAS MAIS CONSCIENTES, NEGÓCIOS MAIS SUSTENTÁVEIS As feiras do setor também acompanharam esse movimento e se tornaram vitrines de boas práticas. A Mostra de Móveis de Ubá (MG) e a Femur, ambas organizadas pelo Intersind, adotaram o formato de estandes abertos, sem paredes, reduzindo drasticamente o uso de materiais descartáveis. Parcerias com associações de catadores e o uso de crachás de papel semente deram novo significado ao conceito de evento sustentável. A Yes, pioneira no formato de showroom, consolidou o selo “ESG Yes – Responsabilidade com nossa comunidade”, priorizando fornecedores locais e processos digitais. Já a Movelsul e a FIMMA Brasil reforçaram a coleta seletiva, o reaproveitamento de carpetes e a realização de palestras sobre responsabilidade ambiental. E a Formóbile implementou o programa internacional Better Stands, que prevê a reutilização total de componentes dos estandes até 2030. Essas mudanças não são apenas estéticas ou operacionais, elas representam a integração
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