MV Norte & Nordeste n° 2
55 O Estado deve fazer sua parte e dimi- nuir o encargo da contratação formal. Isso vai gerar disposição das empresas para contratar um empregado”, com- pleta. Terceirização na prática Um exemplo de utilização de servi- ços terceirizados é o Grupo Gazin. A empresa, que nas regiões Norte e Nordeste conta com lojas e centros de distribuição no Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia e Paraíba, além das fábricas em Feira de Santa- na (BA) e Vilhena (RO), trata grande parte de seus projetos com terceiros. A sede do grupo fica em Douradina, no Paraná. “Temos várias parcerias que nos ajudam a melhorar nossos índi- ces de produtividade e ganhos para o negócio. A eficiência do terceiro traz consigo algumas disciplinas e métricas que são disseminadas e também utili- zadas como case para outros trabalhos desenvolvidos. Tenho visto com bons olhos esse assunto dentro da empresa”, opina o gerente de varejo do Grupo Gazin, Julio Cezar da Silva. Ele acre- dita que neste novo formato as em- presas se tornam mais competitivas e melhoram sua produção. “Referente a se posicionado a favor da lei. Para o presidente da Confederação Nacio- nal de Dirigentes Lojistas – CNDL, Honório Pinheiro, a regulamentação pode ajudar a criar empregos em um momento em que a abertura de vagas perde fôlego. “Nós, do setor de vare- jo, somos a favor da terceirização. O Brasil precisa de segurança jurídica e isso passa pela regulamentação da terceirização”, afirma. Pinheiro fri- sou que o setor varejista passa por dificuldades devido à queda no cré- dito, na confiança dos consumidores e pelo aumento do medo do desem- prego. Ele ressaltou que as lojas têm procurado alternativas, como ofere- cer um mix mais variado de produtos e mudar canais de venda. Já Passafaro acredita que o efeito ime- diato da nova lei da terceirização é na verdade o desemprego. “Hoje as con- tratações diminuíram muito. E como forma de cortar custos, a indústria deve demitir o trabalhador para con- tratar um terceirizado. Isto, em longo prazo, não é benéfico para a própria indústria”, ressalta. Para ele, o que efe- tivamente gera emprego é a economia aquecida e a diminuição dos encargos que o governo cobra. “Atualmente há muita oneração na folha de pagamento. condições de trabalho e piores salários é uma forma de interpretação. As ne- gociações com os prestadores de ser- viço serão condizentes com o trabalho entregue”, conclui. A questão também é vista com bons olhos pelas entidades que represen- tam a indústria brasileira. Segundo a Sondagem Especial Terceirização, rea- lizada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, 70% das indústrias contratam serviços terceirizados. Mas 60% delas apontam a falta de seguran- ça jurídica como principal dificuldade que enfrentam ao recorrerem à tercei- rização. Segundo a entidade, a terceirização promove a integração de empresas no fornecimento de bens e serviços, não sendo uma simples modalidade de contratação de trabalhadores para burlar a legislação trabalhista ou redu- zir de custos da folha de pagamento. “Não existe hoje, na prática, empresa que faça tudo sozinha. As instituições se utilizam desse recurso porque ga- nham especialidade, melhor técnica e qualidade, eficiência, desburocra- tização, aumento de produtividade e maior competitividade”, declara a di- retora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.
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