MV Norte & Nordeste 23

18 Em meados de março, quando a pande- mia chegou, e junto com ela o advento do isolamento social, fomos todos im- pactados. Com a pressa das autoridades em fechar todo o comércio, os indus- triais concluíram que não tinham moti- vo para continuar a produção ou manter as compras de matérias-primas. Amaio- ria foi além, demitindo funcionários ou aderindo aos programas de redução de jornada, mantendo os estoques em ní- veis mínimos. O varejo, que já não via necessidade de manter estoques antes, porque tinha sempre alguém para entre- gar a toque de caixa, acelerou processos de acesso ao digital, visando manter suas vendas através de meios não presenciais. Até maio o ritmo do setor foi lento. E em meio a tantas incertezas sobre o fim do isolamento ou – de outro lado – a ado- ção do lockdown, os números do e-com- merce começaram a surpreender, embo- ra a representatividade sobre o total do comércio de móveis continue pequena. Mas – nova surpresa – o cenário mudou mesmo no início de junho com a rea- bertura das lojas. O consumidor foi em busca de peças que aumentassem o seu conforto em casa. Aliás, este foi um dos maiores legados da pandemia até agora: as pessoas perceberam demandas e ne- cessidades que não viam antes. A troca do sofá e do colchão velhos passou a ser urgente. E o recurso que não foi gasto no Demanda aquecida, aumento no preço dos insumos e fábricas sem estoques dificultam equilíbrio do abastecimento do varejo Pandemia gera descompasso no mercado

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