MV Norte & Nordeste 23
20 dústrias moveleiras, destaca que a ques- tão do aumento de preços está atrelada a falta de insumos, inclusive na indústria de base. “Atuo em uma empresa de vi- dros e outra de aço, que fornecem para vários setores, inclusive o moveleiro, e elas ficaram momentaneamente sem in- sumos e tiveram que colocar os fornos em temperatura de hibernação”, afirma, acrescentando que a regularização do fornecimento pode levar algum tempo. “Some-se se a isso a redução da capaci- dade de produção das indústrias, com demissões ou redução de jornada, e o interesse do consumidor por comprar, e chegamos ao quadro de desabasteci- mento que estamos presenciando. E, com aumento das vendas, é natural que os preços subam, até como forma de conter a demanda”, conclui. MOMENTO DE QUALIFICAR VENDAS Leonardo Magalhães, que também aten- de fabricantes de móveis do polo minei- ro de Ubá, tem orientado seus clientes a olhar de forma diferente para o negócio. “Esse é o momento de fazer ajustes que melhorem a eficiência e a rentabilida- de”, acredita o especialista, destacando LEONARDOMAGALHÃES, CONSULTOR DEMERCADO que a produtividade está, em média, 10% maior nas fábricas que recebem sua consultoria. Outro ponto importante na visão de Leonardo é não se empolgar demais com o momento e sair fazendo investimentos considerando a deman- da da pandemia. “O momento não é de pensar em ser grande e sim em ser efi- ciente”, destaca, lembrando que é preci- so seguir o exemplo dos fornecedores e ajustar as margens para níveis saudáveis. Outro ponto positivo na visão do espe- cialista é a abertura de novos clientes. “Estimamos entre 20% e 25% a abertura de clientes novos e isso pode ser muito interessante no longo prazo”, defende. O CEO do Intelligence Group, Ari Bru- no Lorandi, vai mais longe e sugere que muitas vezes a melhor solução para realinhar os preços é demitir os piores clientes. Lorandi recomenda ao fabri- cante que “antes de pensar em elevar a produção é absolutamente necessário estabelecer estratégias para recuperar as margens. E isso – por incrível que pareça a princípio – pode ser conse- guido com uma medida muito simples: demita seus piores clientes e repas- se este volume para clientes bons (ou nem tão ruins) e que vão precisar de mais móveis para atender a demanda que vai continuar alta pelo menos até meados de 2021”, afirma . Por Inalva Corsi DICAS PARA AJUSTAR A EFICIÊNCIA NA INDÚSTRIA O especialista Leonardo Magalhães, diretor da Negociee, de Ubá (MG), elaborou exclusivamente para a revista Móveis de Valor, algumas dicas que considera oportunas serem adotadas pelos fabricantes no momento: • Controle a empolgação: não di- mensione a estrutura da empre- sa pela demanda da pandemia • Melhore a eficiência: os cola- boradores que permaneceram na empresa estão mais compro- metidos. Aproveite para aumen- tar a produtividade • Diversifique os canais: não con- centre suas vendas em poucos clientes ou apenas em um mo- delo de vendas. Busque o equilí- brio entre clientes de lojas físicas e dos canais de e-commerce • Analise o histórico dos clien- tes: para evitar cancelamentos de pedidos no futuro, analise o histórico de compras dos clien- tes e comprometa seu represen- tante nas negociações • Aproveite para melhorar a renta- bilidade: com as vendas aquecidas e a dificuldade de abastecimento das lojas, os clientes estão menos resistentes ao repasse de preços.
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