MV Norte & Nordeste 23
35 precisar trabalhar no balcão da cozinha, não poderá ficar sentada por horas em uma banqueta desconfortável e que não tenha a mínima ergonomia”, exemplifica. E isso acontecerá com cadeiras, mesas, poltronas etc. A indústria terá de ficar mais atenta às novas exigências de con- forto. Todos os ambientes da casa exigi- rão móveis mais ergonômicos. “Vou contar sobre a minha experiên- cia na hora de mobiliar o meu imóvel para ajudar a esclarecer: o que nós en- contramos é um grande leque de op- ções, mas a maioria dos móveis é feita para atender uma necessidade pontu- al, ainda falta a multifuncionalidade”, aponta a especialista, que completa: “o mercado brasileiro já tem móveis er- gonômicos, só que o consumidor ain- da precisará de um auxílio para des- cobrir quais são os melhores, o acesso a eles não é fácil. Como consumidora, notei que muitas empresas não dei- xam claras essas informações”. BEM-ESTAR PEDE NATUREZA Se uma pessoa é instigada a imaginar um cenário de completo relaxamento, é mais provável que a primeira imagem que vem à mente seja um lugar cercado pela natureza, algo próximo a uma flo- ERGONOMIA DAS CADEIRAS TEM UMA IMPORTÂNCIA SIGNIFICATIVA NO HOME OFFICE resta, montanhas, mar... “Já foram feitos estudos sobre os impactos do contato com a natureza e a sensação de bem-es- tar. A biofilia, que usa soluções ligadas à natureza no design de interiores, deve ser cada vez mais usada. Inclusive, um dos estudos feitos para descobrir seus bene- fícios foi realizado em um hospital, em que os quartos passaram a ter vista para a natureza e os pacientes tiveram uma recuperação mais rápida, isso ajuda a hu- manizar o ambiente”, explica Andréa. A especialista em neuroarquitetura afir- ma que a biofilia estará muito presente nas casas depois dessa experiência de iso- lamento social. “Quanto mais longe esta- mos da natureza, mais neuróticos e antis- sociais ficamos. A natureza tem um papel importante no tratamento das doenças da modernidade, como a depressão, an- siedade e síndrome do pânico, sendo que os ambientes que a pessoa costuma pas- sar grande parte do tempo impactam di- retamente nesses transtornos”, esclarece. E Andréa diz que essas soluções não servem apenas para espaços grandes ou que as casas tenham necessariamente um espaço ao ar livre. “A natureza possui diversas cores e paisagens, com uma ri- queza sensorial muito grande. Podemos usar plantas, fontes, lareiras, cores, tex- turas, combinações de cores dos móveis e iluminação natural para otimizar esse contato com a natureza, e a posição dos móveis também influencia esses estímu- los, trazendo ummelhor rendimento, até mesmo, para o home office”. “Mesmo quando falamos sobre espaços pequenos, é possível criar um ambiente legal olhando para elementos da natu- reza, temperaturas, texturas e cores que podem ser aplicadas na casa. Os espaços reduzidos são um desafio e precisamos ficar atentos na hora de mobiliá-los, mi- nimalismo demais não é legal no longo prazo, mas é preciso ter cuidado para não criar um ambiente caótico”, sugere. O que também se pode observar nesse momento são elementos presentes nos anos 1980 e 90 que devem perder ou ga- nhar mais espaço na vida das pessoas. “Nos últimos anos nós estamos expan- dindo o uso do vidro, algumas décadas atrás as janelas eram bem menores, hoje temos janelas que vão do chão ao teto e nos permitem esse contato com o ex- terior. Já uma coisa que tinha ficado no passado, mas que pode aparecer são os halls de entrada, que servem como um espaço de transição entre a casa e a rua, um local que ajuda na higiene da casa (quando deixamos calçados e casacos lá) e facilita a mudança de estado mental na rotina de chegada e saída”. Por Natalia Concentino
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