MV Norte & Nordeste 26

10 Saymon, inclusive, lembra que o comér- cio baiano ainda está funcionando com restrições de horário e que os decretos mudam constantemente, então não dá para comparar exatamente ao que era. “Em Lauro de Freitas, onde temos uma loja, o varejo ainda não pode funcionar aos sábados. Isso faz com que tenha- mos que continuar nos adaptando, e o digital é uma boa maneira de continuar próximo aos clientes, por isso lançamos o nosso e-commerce em 2021 e treina- mos os vendedores para se adaptarem ao atendimento online, já que também vendemos pelo WhatsApp. Outra pro- vidência foi atualizar a equipe sobre os meios de pagamento digitais, além de implementarmos uma política de no- vos cuidados na hora da entrega”. Essa nova realidade imposta pela pan- demia também fez com que o perfil de público da Smarçaro mudasse um pou- co. “Agora nós vemos que as pessoas estão mais contidas, diferente de an- tes, quando elas passavam mais tempo na loja, aproveitavam todo o processo da escolha e da compra dos móveis, traziam seus familiares, sendo quase um momento de entretenimento. Nós víamos muitos idosos acompanhados por filhos e netos que exploravam os ambientes da loja e que agora não es- tão tendo esse mesmo comportamento, por isso a importância de treinar nos- sos vendedores e fazer todas as adap- tações que mencionamos”, analisa o gerente de marketing. Saymon conta que sempre houve preo- cupação em conhecer bem o público para trabalhar os produtos de cada local. “Temos perfis de compra bem diferentes em Lauro de Freitas e Feira de Santana, enquanto na primeira ci- dade as pessoas buscam móveis mais compactos e para as áreas gourmet dos apartamentos, na segunda a procura é por mesas e sofás maiores, já que a ci- dade tem muitas casas amplas”. Quanto ao futuro, Saymon Smarçaro conta que sempre pensa positivo. “Nós estamos sempre realizando ações para incentivar a venda de móveis e itens de decoração. Por exemplo, nós fize- mos a campanha de Dia das Mães e já emendamos um sorteio de carros para compras acima de R$ 100,00. Sempre temos produtos em promoção, estamos atentos às tendências e buscando novas formas de incentivo”. A realidade não difere muito quando conversamos com os fabricantes de móveis e colchões da Bahia. Cristiano Casaes, diretor comercial da Allflex, de Cruz das Almas, pontua as dificuldades que estão sendo enfrentadas por conta da pandemia. “Desde janeiro de 2021 estamos passando momentos de mui- ta turbulência, com o fechamento do mercado em geral. Poucos estabeleci- mentos podem ser abertos, com lock- down em várias cidades do estado. E tudo isso mexeu muito com o mercado de móveis, gerando uma grande redu- ção na demanda”. Para o segundo semestre, Casaes acre- dita que pode haver uma melhora, mas enfatiza que vai precisar do apoio do governo. “Aguardamos que as medi- das tomadas pelos governantes pos- sam mudar este panorama e gerar mais motivação no comércio e, pelo menos, termos uma estabilidade nas vendas e um crescimento em relação ao primei- ro semestre”, opina. Mas a Allflex está fazendo sua par- te, segundo o diretor comercial, para conseguir encarar a crise econômica e sanitária. “Criamos ações de vendas, mudamos o mix, readequamos o qua- dro fabril. Tudo para que a queda não fosse tão acentuada como se demons- trava ser no início da pandemia”, encer- ra Cristiano Casaes. Por Natalia Concentino ANTES DA PANDEMIA OS CLIENTES COSTUMAVAM PASSAR MAIS TEMPO NA LOJA ESCOLHENDO MÓVEIS CRISTIANO CASAES, DIRETOR COMERCIAL DA ALLFLEX, AGUARDA MEDIDAS EFETIVAS POR PARTE DOS GOVERNANTES

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